Sem o apoio municipal, moradores das favelas do Rio de Janeiro arregaçam as mangas para o combate ao novo coronavírus. Os idealizadores da ideia inicial foram os irmãos Thiago e Tandy Firmino, do Santa Marta, em Botafogo. Na última sexta-feira (10), um grupo liderado por André Constantine, do coletivo Favela Não Se Cala, com representantes das comunidades Babilônia, Pavão, Chapéu Mangueira e Cantagalo, passaram o dia no morro Santa Marta e participaram do mutirão comunitário de ação de higienização de ruas e casas locais.
O objetivo da visita dos moradores de outras favelas foi tomar conhecimento de como os moradores do Santa Marta estão usando os equipamentos necessários para a operação de higienização contra o novo coronavírus nas favelas.
Segundo André Constantine, na próxima semana, o grupo higienizará as favelas da Babilônia, Pavão e Cantagalo.
"Estamos esperando chegar o equipamento de São Paulo. São máscaras, botas, macacão, entre outros. Com solidariedade social venceremos o coronavírus", disse.
A preocupação dos moradores das favelas em relação à covid-19 é grande. A crítica principal feita ao governo municipal se deve a falta de ação da prefeitura carioca nestas regiões:
"A prefeitura não está enviando pessoal para limpeza das comunidades do Rio. Que eu saiba, só a prefeitura de Niterói está fazendo isso, mandando funcionários para as comunidades e fazendo a limpeza das ruas", justificou André Constantine.
Moradores da Babilônia realizam vaquinha na internet para obter recursos e comprar dois pulverizadores e equipamentos para duas equipes de pulverização, como macacões, botas, mascaras e luvas. Também pretendem adquirir kits de limpeza, como sabonete, detergente, água sanitária.
O projeto também prevê ajuda de renda mínima aos trabalhadores autônomos, além de cestas básicas.
A arrecadação está sendo feita no site www.vakinha.com.br em nome com meta de R$ 20 mil, já arrecadou mais da metade prevista.