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Ministros do Supremo, governadores e parlamentares repudiam ato, com Bolsonaro, pedindo AI-5

Discurso do presidente em frente ao Quartel-General do Exército e apelo por intervenção armada desagradam até militares

Por André Uchôa em 19/04/2020 às 20:00:01

Aceno a manifestantes que pediam intervenção militar e reedição do AI-5,medida mais dura do regime militar, despertou reações negativas de ministros do Supremo, governadores e parlamentares Foto Agênc

Ministros do STF, políticos e aliados militares do Planalto se posicionaram contra a atitude do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), neste domingo (19/4). No início da tarde, Bolsonaro participou e discursou em um ato que pediu a intervenção militar, o acionamento do AI-5 e o fim do isolamento social, criticado fortemente pelo presidente. O Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, forneceu a base legal para o mais longo período de fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal da história republicana, cassações de mandatos, prisões e torturas de opositores do regime.


Uma aglomeração se formou em frente ao Quartel-Geral do Exército quando Jair Bolsonaro discursou a favor do movimento.No ato, os apoiadores do presidente levantaram faixas com dizeres "Intervenção militar já com Bolsonaro", "AI-5", entre outras que repercutiram negativamente tanto entre os políticos como na população.

A fala de Bolsonaro causou descontentamento entre seus aliados da ala militar em dois pontos, conforme informou jornalista Gerson Camaroti, em seu blog. As informações enviadas ao blog apontam que Bolsonaro constrangeu as Forças Armadas e descumpriu as medidas de isolamento social preconizadas tanto pela Organização Mundial da Saúde quanto pelo Ministério da Saúde.

O ministro do STF Gilmar Mendes afirmou que "invocar o AI-5 e a volta da Ditadura é rasgar o compromisso com a Constituição". O magistrado disse também que a crise sanitária da Covid-19 precisa ser "superada com responsabilidade política".

O ex-presidente da República, Fernando Cardoso, lamentou o episódio e disse que "é hora de união."

Já o governador do Rio, Wilson Witzel, cobrou uma atitude mais séria do presidente e que este "deveria cuidar da saúde dos brasileiros."

João Dória, governador de São Paulo, também usou suas redes e disse que o movimento é antidemocrático e defendeu a preservação da Constituição.

A líder do PSL na Câmara (ex-legenda de Bolsonaro), Joice Hasselmann, repudiou a atitude do presidente ao participar do movimento que pede a volta do AI-5. E o criticou ao dizer que o Congresso cria "o caos."

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