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Incentivo a transporte de massa melhora qualidade do ar

Laboratório de Meio Ambiente da Coppe/UFRJ aponta limites mais rígidos para emissões por veículos automotores e reforço a trens, metrô e barcas como caminhos contra poluição

Por João Santos (estagiário) em 20/04/2020 às 16:09:20

Cenas inconcebíveis em dias úteis antes do isolamento social, como uma Primeiro de Março quase sem veículos em plena tarde, fizeram a poluição cair no Rio Foto Agência Brasil

Vivendo dias de isolamento social, grandes cidades do Brasil mostraram a redução no nível de emissão de gases poluentes nas últimas semanas. Imagens do satélite Sentinel 5P, da Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês), mostraram uma redução considerável de concentração de níveis de gases NO2 (Dióxido de Nitrogênio) presentes em escapamento de veículos automotores. As imagens permitem uma comparação entre os anos de 2019 e 2020 no mesmo período - março e abril - em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, as maiores metrópoles do País.

No Rio de Janeiro, um relatório da Secretaria de Meio Ambiente do Município revela que a queda de emissão de NO2 em como regiões de Irajá e Bangu se deu principalmente durante duas semanas de confinamento (entre 24 de março e 5 de abril). No mesmo relatório, se mediu a evolução de material compartilhado, que se configura como qualquer substância suspensa no ar e tenha menos de 10 micrômetros.

Nesse sentido, a queda se deu principalmente nas duas primeiras semanas de distanciamento social (entre 16 e 30 de março), no entanto, na terceira semana de abril, ocorreu um ligeiro aumento em quatro das seis regiões do programa de monitoramento do ar da capital do Rio de Janeiro. A assessoria de imprensa da secretaria de Meio Ambiente da cidade comunicou que o aumento foi ocasionado provavelmente pela falta de adesão crescente em relação à quarentena.

O professor Emilio La Rovere, que coordena o laboratório interdisciplinar de Meio Ambiente da Coppe/UFRJ, explicou que ainda não há dados para avaliar o quanto a redução da poluição afetará a cidade. Segundo ele, se o Rio de Janeiro voltar ao mesmo nível de produção e consumo anterior à quarentena, a melhora da qualidade do ar será apenas temporária, voltando em pouco tempo à situação anterior. O total de gases do efeito estufa em 2020 será bem menor, na parte devida ao uso de energia na indústria, no transporte, nas residências e nos serviços.

Pensando no futuro depois da quarentena, o professor afirma que algumas medidas podem ser benéficas, como a implementação de limites mais rígidos de emissões de gases em veículos novos (padrão determinado pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, o Proconve) e retomada de vistorias anuais para verificação da emissão de gases poluentes dos demais veículos, impedindo aqueles que ultrapassarem uma emissão fora do padrão. Emilio La Rovere também aposta na ampliação dos transportes coletivos, com mais composições, linhas e estações de metrô, BRTs e barcas, além de melhorar a operação desses meios já existentes, ampliando o número de passageiros e consequentemente reduzindo o número de automóveis nas ruas.

Fonte: Supervisão Professora Aline Novaes (Jornalismo/IBMEC)

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