'Plástico Bolha' levará às telas degradação nas ilhas da Baía

Em média, o tempo que um plástico leva para se decompor é de aproximadamente 400 anos. Se aproximadamente oito milhões de toneladas deste material são despejados nos oceanos anualmente, o risco de extinção da vida marinha, num futuro nem tão distante, é enorme. Essa foi a motivação de Márcio Coutinho, jornalista e cineasta, para produzir o documentário “Plástico Bolha”, que denuncia o impacto do lixo nas ilhas do Fundão e do Governador, na Baía de Guanabara, e mostra o que é possível fazer para amenizar o quadro.

A ideia do filme surgiu de uma atividade do cineasta. Aeromodelista, voava de drone pela região da Ilha do Fundão, onde existem duas associações. Foi, assim, que começou a observar, do alto, diversas áreas altamente impactadas pelo lixo plástico:

- Olhar esses locais e imaginar que provavelmente há 100 anos eram pequenos paraísos naturais... Fiquei muito sensibilizado com o que vi. Uma das sensações que me veio primeiro foi a falta de qualquer forma vida nesses locais. Nem insetos, nem pássaros, nem vermes, nada... em alguns só o silêncio e o vento. Uma atmosfera meio apocalíptica. Mistura de tristeza, raiva e incompreensão com o ser humano.

Passado o impacto, Márcio Coutinho captou imagens dos locais, ouviu especialistas e pessoas envolvidas com a causa ambiental, além de pesquisar sobre o assunto. O objetivo do diretor era entender quem são os responsáveis e como o problema se dá não só no plano local - baía de Guanabara -, mas também global. A falta de recursos, no entanto, fez com que fosse necessário realizar alguns ajustes no projeto:

- A princípio a ideia era cobrir todo o litoral da baía de Guanabara, mas, como sem grana é complicado, escolhi focar nas Ilhas do Fundão e do Governador, que são as duas ilhas habitáveis de maior concentração residencial e comercial.

Sérgio Ricardo, membro-fundador do “Baía Viva”, movimento que atua com mobilização social defendendo políticas públicas em prol da Baía de Guanabara, marca presença no documentário, além de outros nomes como Adauri Souza, do Instituto Baía de Guanabara, e Gisela de Figueiredo, professora doutora do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

“Plástico Bolha” estará disponível para acesso a partir de dezembro deste ano. Enquanto espera, confira, abaixo, algumas dicas que visam diminuir o acúmulo de plástico nos oceanos:

• Usar ecobags para fazer compras
• Parar de beber água em garrafas de plástico
• Utilizar fraldas de pano
• Não comprar pratos e copos descartáveis
• Usar canudos de papel
Legenda: Acúmulo de lixo nas margens da Ilha do Governador. Foto: Márcio Coutinho