Orfanato pede ajuda em meio a surto crítico de coronavírus
Cerca de 23 pessoas foram infectadas entre crianças com deficiência na Bielorrússia
Foto: Divulgação/Chernobyl Children International.
O orfanato Vesnova, no distrito central de Hlusk, na Bielorrússia, abriga 174 crianças com deficiências graves e sistemas imunológicos fracos. Ao todo dez funcionários e 13 crianças foram infectados até este, sábado (25).
A administração apelou ao governo da Bielorrússia para realocar os doentes em hotéis e outras acomodações.
A instituição é financiada pela instituição de caridade irlandesa Chernobyl Children International. Em grande parte, cuida de crianças abandonadas ou órfãs.
O fundador da instituição, Adi Roche, disse que a situação era "crítica" e que algumas crianças estavam "extremamente doentes". Roche disse que o orfanato tomou medidas para tentar proteger as crianças, mas enfrentou dificuldades por viverem em condições "densas" nos dormitórios.
"Não há analgésicos.Não temos medicamento algum. Estamos realmente preocupados e sentimos que não podemos abandonar as crianças", disse ela à emissora pública irlandesa RTE.
A gravidade de suas deficiências significa "que as suas chances de sobrevivência são muito baixas", acrescentou.
As autoridades da Bielorrússia confirmaram o surto de orfanato na sexta-feira, mas não divulgaram o número exato de casos. Houve 8.773 infecções confirmadas por coronavírus na Bielorrússia e 67 mortes relatadas, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
O presidente do país, Alexander Lukashenko, classificou os medos sobre o Covid-19 como uma "psicose" e alertou que um fechamento prejudicaria a economia. Desafiando os conselhos médicos, ele citou beber vodka e viagens regulares à sauna como formas de evitar o vírus.
A Bielorrússia não fechou suas fronteiras. Não houve medidas estritas de bloqueio, e as escolas reabriram na segunda-feira passada após um recesso anual de três semanas.