Médicos do Paquistão iniciam greve de fome por falta de equipamentos de proteção
Profissionais da saúde reclamam que os hospitais do Paquistão sofrem com falta de equipamentos
Foto: Divulgação/ Punjab da Young Doctors Association (YDA)
Dezenas de médicos e enfermeiros paquistaneses iniciaram uma greve de fome, como forma de protesto, exigindo equipamentos de proteção adequados para os funcionários da linha de frente que tratam pacientes com COVID-19.
Profissionais da saúde reclamam há semanas que os hospitais do país estão sofrendo escassez crônica de equipamentos de segurança, levando à prisão de mais de 50 médicos que pediram mais suprimentos na cidade de Quetta no início de abril.
A equipe da linha de frente está vulnerável. Mais de 150 médicos testando positivo para o vírus em todo o país, de acordo com a Associação dos Jovens Médicos (YDA) na província de Punjab, mais atingida do Paquistão.
Os manifestantes continuam trabalhando em seus hospitais enquanto se revezam nas manifestações ao prédio do Ministério da Saúde, na cidade de Lahore.
"Não pretendemos parar até que o governo ouça nossas demandas. Eles sempre se recusaram a aderir a nossas demandas", disse o médico Salman Haseeb.
"Estamos na linha de frente deste vírus e, se não estivermos protegidos, toda a população estará em risco", disse ele à AFP.
O Ministério da Saúde do Paquistão informou à AFP que os hospitais receberam equipamentos de proteção adequados depois que um "backlog" anterior foi resolvido.
No início deste mês, o governo de Punjab anunciou que os trabalhadores da linha de frente receberão bônus e seguro de vida. Quase metade das quase 12.000 infecções confirmadas por COVID-19 no Paquistão foram registradas em Punjab.
Acredita-se que o número de infecções no país seja muito maior devido à falta de testes no país empobrecido de 215 milhões.