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Visita do Secretário Especial de Cultura da Nigéria ao Rio marca mês de celebração da consciência negra e G20

Programação organizada pela The African Pride incluiu Cais do Valongo, Mercadão de Madureira, Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos e a exposição "1897 - Reino do Benin" de Osa Seven

Por Portal Eu, Rio! em 22/11/2024 às 19:00:43

Secretário especial de Cultura da Nigéria, Otunba Ajuboye, e Babi Cruz no Mercadão de Madureira. Foto: Divulgação

A agenda do Secretário Especial de Cultura da Nigéria, Otunba Ajiboye, ao Rio de Janeiro marcou um momento importante nas relações entre o Brasil e o país africano, refletindo o desejo de estreitar laços e promover uma colaboração mais robusta. Durante a estadia do secretário do NICO - Instituto Nacional para Orientação Cultural, responsável pelo Orisa Congress no Gabinete do Presidente da Nigéria, a The African Pride, empresa que visa conexão entre os países africanos e o Brasil, foi a responsável pela interlocução. Otunba está no Brasil compondo a delegação da Nigéria, em função da Cúpula do G20, que contou com a presença do chefe de Estado, Bola Tinunbu, no mês de celebração da Consciência Negra.

A TAP coordena o projeto The Back To Home tendo como foco principal o retorno daqueles que passaram pelo Cais do Valongo escravizados: cerca de dois milhões de africanos, com 40 mil corpos encontrados nos aterros do Instituto dos Pretos Novos(IPN). O objetivo é que todos possam ter essa reconexão, resgate de sua ancestralidade, fazendo o trajeto de retorno. Nas atividades propostas sincronizando as duas nações, Otunba visitou o Cais do Valongo, principal porto de desembarque de escravizados nas Américas.

Já o IPN promove a construção de memórias e a valorização do patrimônio cultural referente à cultura africana e afro-brasileira, além da reflexão sobre a escravidão e a igualdade racial no Brasil, sendo o gestor do Cemitério dos Pretos Novos e do Memorial dos Pretos Novos.

A mostra "1897 - Reino do Benin" de Osa Seven, desenvolvida sob curadoria da historiadora e cofundadora da The African Pride, Carolina Morais, estabelece uma ponte temporal entre passado e presente ao revisitar a história do Reino do Benin através da arte urbana contemporânea. Tendo como ponto de partida a icônica máscara de Idia - atualmente no Museu Britânico - a exposição propõe uma reflexão sobre propriedade cultural e memória, reconstruindo narrativas que, por séculos, foram contadas apenas pela perspectiva ocidental.

O Reino do Benin, que se estabeleceu no sul da atual Nigéria entre os séculos XII e XIII, construiu um legado artístico e cultural que impressionou europeus por sua sofisticação. O território, que ainda existe como reino dentro da Nigéria, teve seu palácio saqueado por forças britânicas em 1897, episódio que resultou no espalhamento de mais de três mil obras de arte por museus europeus. Seven recria esse universo através de nove painéis que narram a expedição militar britânica, além de instalações como "Ada & Eben", "Cabeça da Rainha Idia" e a obra em luz ultravioleta "IKELE - IVIE �- EKAN", inspirada nas contas de coral reais.

A visita ao Mercadão de Madureira se deu por esse ser um território marcado pela presença de cultura negra devido à diáspora africana, aqueles que cruzaram o Atlântico deixando, até a contemporaneidade, o legado de resistência neste bairro negro.

Segundo Carolina Morais, co-founder da TAP, “a Pequena África carrega uma série de símbolos e seus significados. A visitação e entendimento destes espaços permite o maior aprofundamento entre as duas nações, salientando a necessidade de reparação”.

O secretário Otunba Ajiboye apontou que o presidente da maior nação negra, a Nigéria, que possui uma população de 220 milhões de habitantes, está comprometida em apoiar o movimento de retorno dos filhos de África para aquele país africano.

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