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Escolas, professores, pais e estudantes se reinventam na era do coronavírus

Alunos estão estudando via videoaulas interativas por e-mail, youtube, facebook, google, whatsapp e plataformas virtuais

Por Portal Eu, Rio! em 26/04/2020 às 07:00:00

Foto: Divulgação

Já adaptados após mais de um mês em quarentena em função da Pandemia de Covid-19, que fechou as escolas do Rio de Janeiro, professores continuam se esforçando e buscando recursos para garantir a aprendizagem e manter a atenção dos alunos ao novo formato de ensino imposto, prejudicando os estudantes o menos possível. Foram semanas de cursos, reuniões e treinamentos para àqueles que não tinham tanto conhecimento em relação aos recursos virtuais. Professores e alunos já se sentem mais seguros com o modelo de ensino online, mas o desafio de envolver diferentes faixas etárias, garantindo concentração e organização, continua.

Videoaulas interativas por e-mail, youtube, google, whatsapp, plataformas recém desenvolvidas com a orientação de equipes de tecnologias educacionais, grupos para tirar dúvidas. Vale tudo para dar continuidade à aprendizagem. Mesmo longe das salas de aula, a maioria dos estudantes está cotidianamente em contato com seus professores, o que diminui a saudade. Algumas instituições optaram por gravar as aulas e disponibilizar um horário específico para tirar dúvidas em tempo real. Outras mantêm uma abordagem semelhante à presencial, oferecendo aulas online interativas no turno da escola, inclusive marcando presenças e faltas. No Colégio Gay Lusaac, em Niterói, por exemplo, já foram aplicadas até provas durante a quarentena.

"O conteúdo continua o mesmo, e é muito bom poder ver os professores, mesmo que através da tela. O que muda é o espaço físico. Embora tudo seja muito diferente e novo, estou gostando das aulas e conseguindo me organizar. Só me sinto um pouco mais disperso por não estar em sala", avalia Rafael Siqueira Brasil Ribeiro, aluno do 7? ano do Marista.

No Colégio Ceom, no Recreio dos Bandeirantes, cada professor tem um método de ministrar a aula virtual e os alunos foram se adaptando. Além das aulas via Google Classroom, complementam o conteúdo por whatsapp. As aulas seguem a grade regular, com lista de chamada. Aluna do Pré-vestibular, Isabella Marinho, 17, está preocupada com o Enem e admite que o mais difícil é manter a atenção;

"Acho que é muito mais difícil aprender assim, pois qualquer coisa no ambiente me distrai. Está mais complicado e me sinto triste por isso", diz ela, que acorda cedo todos os dias para acompanhar as aulas.

O Colégio Notre Dame, no Recreio dos Bandeirantes, uma das primeiras escolas a ministrar atividades online - logo após a publicação do decreto do Conselho Estadual de Educação, dia 23 de março - também construiu as salas virtuais através do Google Classroom. As aulas são ministradas ao vivo e com tarefas, dentro da grade regular, com direito a avaliações e simulados online. Desta forma, a escola tenta manter a rotina dos estudantes. Coordenador do Ensino Médio, Robson Vieira disse que os primeiros dias foram difíceis, houve cursos e treinamentos de capacitação aos professores que ainda não conheciam as ferramentas online.

"No início os alunos tiveram dificuldade, mas com o passar das semanas, com a organização das aulas e as atividades programadas, tudo começou a acontecer. Agora flui mais naturalmente, com uma certa tranquilidade para todos", revela Vieira. Para a diretora Leci Paier, mais do que antes se faz necessária a organização de uma rotina de horários e do apoio das famílias nas tarefas propostas.

Tatiana Saramago, mãe de Rafael, que está no 5? ano, acredita que o cenário é desafiador para os pais, mas também pode ser visto como uma 'janela de oportunidades' em relação ao desenvolvimento da autonomia das crianças;

"Nesse momento, a deficiência na autonomia pode ser um problema para as famílias, mas quem sempre trabalhou essa questão com os filhos está colhendo os frutos. Vejo meu filho com iniciativa e responsabilidade, acessando os portais sozinhos, preparando e enviando as lições. Hoje preciso dar pouca assistência nesse sentido e é gratificante, pois ele se sente capaz. É mais um tijolinho na construção da sua cidadania. É também ótimo pra mim, que tenho mais tranquilidade para conciliar home office com todo o resto, como as tarefas domésticas e o outro filho menor", conta.

O Centro Educacional Espaço Integrado (CEEI) tem ministrado aulas online desde o dia 17 de março. Tanto alunos como educadores já estavam familiarizados com o sistema, usado como complemento do presencial. Desta forma, foi mais fácil organizar a nova fase.

Professora da Escola Parque, que também já mantinha um ambiente virtual, o que facilitou a adaptação, Delnice Pereira diz que a plataforma desenvolvida pela própria escola tem a vantagem de resguardar alunos e professores em relação a e-mails e informações, mas a intensificação do uso tem demandado uma aprendizagem diária. Essa semana, inclusive, teve início a Semana Literária, projeto que faz parte da calendário da escola. Só que, desta vez, será realizada virtualmente.

"Não é só postar, é saber usar e explorar ferramentas. Para nós, professores, o período está demandando muita dedicação, empenho e também investimento. Deixamos de ser ´professores da sala de aula´ e nos aparelhamos para essa nova realidade". No colégio público onde Delnice também ministra aulas, as atividades são postadas no facebook da escola. Para o Fundamental 1, o conteúdo é passado via whatsapp, junto aos responsáveis.

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