Nos dois meses de quarentena, a plataforma Fogo Cruzado registrou 992 tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio. O levantamento foi feito entre os dias 14 de março a 13 de maio, quando foi decretada no Rio a restrição de serviços não essenciais e circulação de pessoas para conter a contaminação pelo novo coronavírus. Em comparação com o mesmo período de 2019 - em que foram registrados 1.454 tiroteios -, houve uma queda de 32%. Durante esses tiroteios, 345 pessoas foram baleadas (158 mortas e 187 feridas), 28% a menos do que os baleados no ano passado - 479 (234 mortos e 245 feridos).
Do total de tiroteios mapeados durante a quarentena (992), em 285 (29%) deles houve presença de agentes de segurança*, praticamente o mesmo índice registrado no ano passado: em 395 (27%) dos 1.454 tiroteios havia agentes na cena.
Dentre os baleados, houve 25 agentes de segurança**, 9 mulheres, 3 crianças (com idade inferior a 12 anos), 7 adolescentes (com idade entre 12 anos e 18 anos incompletos) e 12 pessoas foram vítimas de balas perdidas***. Houve ainda 4 pessoas baleadas dentro de casa e 8 casos com 3 ou mais civis mortos a tiros em uma mesma situação: no total, 28 civis foram mortos.
Médias Diárias
Em comparação com o período pré-quarentena, a média de tiroteios por dia no Grande Rio aumentou nos 2 meses de isolamento social. Com uma média de 16 tiroteios por dia, a quarentena (14 de março a 13 de maio) totalizou 992 tiroteios. Já o período pré-quarentena (1 de janeiro a 13 de março) totalizou 1.024 tiroteios e teve média de 14 tiroteios por dia.
Nos tiroteios com presença de agentes de segurança, houve estabilidade em relação à média do período pré-quarentena: foram 285 tiroteios na quarentena (média diária de 5) contra 363 no pré (média diária também de 5). A média de mortos e feridos apresentou queda na comparação dos períodos: foram 256 mortos antes da quarentena (média de 4 mortos por dia) e 158 mortos durante a quarentena (média de 3 por dia) representando queda de 25%. O número de feridos antes da quarentena foi de 265 (média diária de 4), para 187 (média diária de 3), uma queda de 25%.
Regiões
A zona norte do Rio permaneceu como a região com o maior número de tiroteios durante a quarentena: foram 368 tiroteios, 37% do total registrado na região metropolitana (992). Em seguida ficaram baixada fluminense (197), leste metropolitano (194), zona oeste (186), centro (28) e zona sul (19). Apesar de concentrar menos tiroteios do que a zona norte, a região leste metropolitana - formada pelos municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, Cachoeira de Macacu e Tanguá - registrou o maior número de baleados (134) : 65 mortos e 69 feridos.
Municípios
Entre os municípios, o Rio de Janeiro concentrou 601 tiroteios - 61% do total do Grande Rio (992). Na sequência ficaram São Gonçalo (128), Duque de Caxias (47), Niterói (47) e Belford Roxo (46).
Bairros
Entre os bairros do Grande Rio, o que concentrou mais tiroteios foi a Vila Kennedy, com 64, seguida por Complexo do Alemão (35), Cidade de Deus (32), Tijuca (32) e Amendoeira - São Gonçalo (26).
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