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Familiares e redes sociais se revoltam com morte do adolescente João Pedro

'Polícia chegou no local de uma maneira cruel, atirando, jogando granada, sem perguntar quem era', disse pai do rapaz

Por Portal Eu, Rio! em 19/05/2020 às 16:11:51

Foto: Reprodução Rede Social

Foi encontrado no Instituto Médico Legal (IML) o corpo de um jovem de 14 anos que estava desaparecido após ser baleado durante operação conjunta da Polícia Cívil e da Polícia Federal, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), nessa segunda-feira (18/5). Após o menino identificado como João Pedro ser atingido, os agentes o levaram e, desde então, os pais não tinham notícia dele.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou a morte de João Pedro e que a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) instaurou inquérito para apurar. Além disso, a perícia já foi realizada no local e duas testemunhas prestaram depoimento na delegacia.

Ainda segundo a corporação, os policiais envolvidos na ação foram ouvidos e as armas apreendidas para confronto balístico com as balas que atingiram o garoto. "Outras diligências estão sendo realizadas para esclarecer as circunstâncias do fato", diz, em nota.

O texto ainda diz que a operação visava cumprir dois mandados de busca e apreensão contra lideranças de uma facção criminosa e alega que os policiais reagiram para se defender e que no local foram apreendidas granadas e uma pistola.

"Durante a ação, seguranças dos traficantes tentaram fugir pulando o muro de uma casa. Eles dispararam contra os policiais e arremessaram granadas na direção dos agentes", diz.

Procurada, a superintendência da PF no Rio de Janeiro informou o mesmo que a Polícia Ciivl e acrescentou que "acompanhará e prestará todas as informações e apoio necessário à elucidação dos fatos."

Helicóptero da Polícia Civil

Já a Polícia Militar diz que policiais do Batalhão Aeromóvel (GAM) atuaram em apoio aéreo na operação. "Vale ressaltar que a Polícia Militar não foi solicitada para realizar o socorro de pessoas feridas durante a ação", afirma.

Segundo o Corpo de Bombeiros carioca, em nota, o atendimento da corporação ocorreu na base do Grupamento de Operações Aéreas (GOA), na Lagoa, para onde a vítima foi levada por uma aeronave da Polícia Civil.

Ainda segundo o texto, os militares constataram o óbito no local. "O corpo foi removido para o IML de São Gonçalo pelo rabecão da Defesa Civil estadual, após acionamento por parte da Delegacia de Polícia", explica.

O sumiço

Um rapaz que se diz primo de João denunciou o caso, na noite dessa segunda-feira (18/5), no Twitter e acusou a polícia de plantar provas contra o garoto. "Gente, pelo amor de Deus, me ajudem [...] Os traficantes entraram na casa e os policiais saíram atirando e atingiram ele na barriga", afirma.


Ainda segundo as postagens dele, João Pedro foi colocado do helicóptero e os policiais não deixaram ninguém acompanhar. Os pais dele teriam percorrido vários hospitais do Rio de Janeiro e não tiveram nenhuma notícia até o início da manhã desta terça.

Segundo a Polícia Civil, João Pedro foi socorrido de helicóptero e que médicos do Corpo de Bombeiros prestaram atendimento, mas o garoto não resistiu aos ferimentos e que o corpo foi encaminhado para o IML de São Gonçalo.

Familiares e redes sociais se revoltam

O pai de João Pedro, Neilton Pinto, estava revoltado em entrevista à TV Globo. Ele lamentou que a polícia tenha interrompido o sonho de um jovem de 14 anos. Ainda segundo ele, a polícia chegou no local de uma "maneira cruel, atirando, jogando granada, sem perguntar quem era."

O caso gerou uma revolta na rede social e cobrança à Polícia Militar e Civil, além do governador do Rio, Wilson Witzel. Na manhã desta terça-feira (19/5), as hashtags #OndeEstaJoaoPedro e #João Pedro eram os dois assuntos que lideravam os trending topics do Twitter.

Repercussão no Twitter:





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