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Suplente e chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro prestam depoimento à PF esta semana

Jair Bolsonaro afirma que não entregará aparelho celular para perícia da polícia em caso de eventual ordem

Por Portal Eu, Rio! em 23/05/2020 às 11:14:04

Flávio Bolsonaro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O empresário e suplente do senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Paulo Marinho, prestará depoimento na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro nesta terça-feira (26), às 9h. Miguel Ângelo Braga Grillo, chefe de gabinete do congressista, também foi intimado e falará no dia seguinte (27), às 15h, na sede da Policia Federal em Brasilia (DF).

Ambos serão ouvidos com base no inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro interferiu indevidamente na PF. Em 17 de maio, Marinho afirmou que o filho 01 do presidente soube por um delegado que Fabrício Queiroz seria investigado na operação Furna da Onça, antes que ela fosse deflagrada.

O suplente do senador afirmou também que a investigação teria sido adiada para depois do 2º turno das eleições para não prejudicar Jair Bolsonaro.

Nesta semana, Marinho já prestou depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público. Na última ocasião, disse ter entregue provas às autoridades.

O inquérito foi aberto depois que o ex-ministro de Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmou estar se demitindo em protesto a possível interferência indevida do presidente Jair Bolsonaro na PF.

Em depoimento, o ex-juiz disse haver registros da solicitação na gravação da reunião ministerial de 22 de abril. O vídeo foi tornado público ontem (22) pelo ministro do STF Celso de Mello.

No vídeo, o presidente anuncia que já tentou trocar “gente da nossa segurança no Rio de Janeiro” e acrescenta: “Não vou esperar foder a minha família toda”.

“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira”, afirma.

Na última quinta-feira (21), Celso de Mello pediu que a PGR (Procuradoria Geral da República) se manifeste sobre três notícias-crime relacionadas à investigação. O procedimento é de praxe. Partidos de esquerda fizeram o pedido ao STF, que consulta a PGR, responsável por propor investigações contra o presidente da República.

Entre as medidas solicitadas está a busca e apreensão do celular de Bolsonaro e de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A PGR vai analisar se aceita ou não os pedidos. Não há prazo definido para tomar a decisão.

Ontem (22), o ministro general Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) afirmou que, se a apreensão for efetivada, será uma “afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência inadmissível de outro Poder, na privacidade do Presidente da República e na segurança institucional do País”.

Mais tarde, o próprio Bolsonaro declarou que não entregará seu aparelho celular para perícia em caso de uma eventual ordem para fazê-lo por parte do ministro do STF.


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