Se já não bastasse o caos sanitário que vive o Brasil desde a chegada do COVID-19, diariamente temos sido surpreendidos por acontecimentos alarmantes no cenário político brasileiro, dificultando ainda mais a retomada à normalidade. Em contextos similares, a música sempre ocupou um papel de destaque no resumo dos fatos em linguagem popular, desde 1933 em "Onde Está a Honestidade", de Noel Rosa, até as mais populares "Brasil", imortalizada por Cazuza e "Que País É Este" de Renato Russo.
Nesta mesma linha de referência ao cenário atual, o cantor Thiago Holanda lança o samba "Trem do Tempo", comparando o país a um trem desgovernado, sem freio e sem destino, em uma analogia ao curto tempo da vida.
"A pandemia do coronavírus trouxe uma era sem precedentes no Brasil. Estamos viajando em uma crise ideológica, política e social, dentro de um trem sem freio, numa velocidade que só aumenta", destaca o cantor.
O samba é o estilo predominante na música, em homenagem ao Rio de Janeiro, terra natal do cantor, mas segundo ele, é também uma referência ao modo informal do brasileiro de lidar com seus próprios problemas.
"O nosso futuro depende das nossas próprias escolhas. No cenário atual, não importa o lado que você usou pra entrar nesse trem, se pela esquerda ou pela direita. Temos que nos conscientizar que, mais do que aqueles que estão lá no poder, é a gente que vai colocar o trem nos trilhos e decidir se vamos chegar vivos em nosso destino. O tempo é curto e nossos erros podem abreviar a tragédia".