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Jovem diz que sofreu abuso sexual de pacientes em clínica particular da Zona Sul do Rio

Vítima disse, em depoimento à Polícia, que pediu ajuda várias vezes, mas que funcionários não acreditaram no relato

Por Portal Eu, Rio! em 28/05/2020 às 13:00:38

Rachel de Moraes Chaves, advogada da família da vítima. Imagem: Reprodução TV Globo

Uma jovem que ficou internada por um mês em uma clínica particular na Gávea, na Zona Sul do Rio, denuncia que foi abusada sexualmente por vários pacientes. Ela conta que buscou ajuda, mas nenhum funcionário acreditou e a ajudou. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.A mulher, de 21 anos, já tinha um histórico de violências sexuais na infância, causadas pelo pai. A família vivia no exterior. Aos 5 anos, ela parou de se alimentar e apresentou um comportamento recluso. A mãe buscou tratamento, mas só há 2 anos ela teve coragem para se abrir com a mãe sobre as violências que sofria. As informações são do repórter Edivaldo Dondossola, da TV Globo.

Por causa dos abusos frequentes, a jovem desenvolveu transtornos psiquiátricos e depressão profunda. Ela costumava ficar internada para tratamento. Ela afirma que foi violentada na clínica onde ficou pela última vez.

No depoimento, ela disse que, enquanto estava medicada, três pacientes da clínica abusaram sexualmente dela. E explicou que, por estar praticamente dopada, ela tentava reagir, mas não tinha forças.


Imagem: Reprodução TV Globo

A paciente contou que, dias depois, a violência se repetiu.

“Na segunda vez, ela relatou que o funcionário da limpeza chegou a adentrar na sala. E eles se assustaram e saíram de lá. Porém, o funcionário não relatou isso à administração”, contou Raquel de Moraes Chaves, advogada da família.

A vítima disse, em depoimento, que pediu ajuda várias vezes, mas que médicos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros não acreditaram. E ela contou que não podia falar com a família. Como estavam em quarentena, as visitas estavam proibidas e ela estava internada em uma área onde não é permitido receber ou fazer chamadas telefônicas.O socorro só veio com a ajuda de um outro paciente. Ela contou o que estava acontecendo e pediu ajuda. Entregou um bilhete com o nome e o telefone da mãe.

O rapaz teve alta antes dela e avisou a família sobre os abusos. Antes de sair, ele chegou a denunciar o caso aos responsáveis pelo local.

“Esse paciente procurou a administração da clínica, narrou que era um absurdo o que estava acontecendo ali, que não era digno, porque as pessoas estavam ali para se tratar e, na verdade, estavam sofrendo abuso e ninguém fazia nada”, contou a advogada.

Assim que foi avisada, a mãe da moça foi até a clínica, exigiu a liberação da filha e a levou a uma ginecologista. Um laudo confirmou as lesões.

A clínica foi procurada pela equipe da TV Globo. Um homem que se apresentou como diretor administrativo disse que não poderia dar informações sobre o caso.

“Nós não podemos falar sobre isso. Ela deve procurar uma autoridade legal, a autoridade legal vai fazer a requisição para nós de documentação e isso tudo vai ser encaminhado para a autoridade”, disse o diretor.

Segundo ele, o prontuário pode ser solicitado e entregue a qualquer paciente ou ao seu representante legal.

O caso foi registrado na 15ª DP (Gávea), mas a família afirma que ainda não teve acesso ao prontuário médico da paciente. Como o caso dela se agravou, ela precisou ser encaminhada para outra unidade.

“Ela estava num estado emocional muito abalado, muita ansiedade, dificuldade de raciocinar, deprimida, revivendo muito a situação que lhe acometeu, o abuso. Realmente, a agravação do quadro psiquiátrico dela foi grave depois da situação do abuso”, contou o psiquiatra Régio Marcos, que atendeu a jovem.

Fonte: TV Globo

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