O Ministério Público Federal (MPF) apresentou à Justiça Federal denúncia contra Dejavan Esteves dos Santos, o “Armeiro”, e Wenderson Eduardo Rodrigues Francisco, o “Cara de Vaca”, que atuavam como seguranças clandestinos do grupo miliciano que domina a Comunidade do Rola em Santa Cruz e foram os responsáveis pelo assassinato do agente de polícia federal Ronaldo Heeren, ocorrido em 13 de fevereiro de 2020.
Segundo a denúncia, oferecida pelo Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial nessa segunda-feira (8), Heeren retornava de uma diligência em Santa Cruz, numa viatura descaracterizada da Polícia Federal, quando ele e seu colega foram abordados pelos milicianos, na esquina da Rua Ibicoara com a Rua F. Os criminosos desceram do carro com as armas em punho, apontando para os policiais e, em seguida, efetuaram diversos disparos, por acreditarem que eram traficantes de drogas da facção denominada “Comando Vermelho”, que estariam pretendendo retornar à localidade.
Dejavan e Wenderson, que já eram foragidos da Justiça Estadual, foram presos pela Polícia Federal em 20 de fevereiro deste ano, quando estavam escondidos numa casa em Sepetiba.
Ao revistarem o imóvel, os policiais federais encontraram duas pistolas, sendo que uma delas foi comprovadamente utilizada para atirar contra os policiais, conforme constatado pela perícia realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal.
Heeren foi atingido na cabeça e morreu no local, enquanto seu companheiro conseguiu fugir e se abrigar numa das casas da redondeza, até ser socorrido pelo reforço policial. Com o objetivo de enganar os investigadores, a milícia local ainda determinou que a cena do crime fosse desfeita e que a viatura fosse pichada com inscrições alusivas à facção denominada "Comando Vermelho". Tudo para que os policiais pensassem que o homicídio tinha sido obra de traficantes, e não de milicianos.
De acordo com os procuradores da República Fernando Aguiar e Eduardo Benones, responsáveis pelo caso, “a morte de um policial federal em serviço é algo inadmissível e, no que depender do MPF, não serão poupados esforços para que a lei seja efetivamente aplicada aos responsáveis”.
Fonte: MPF