A ativista Sara Winter, principal porta-voz do grupo bolsonarista autodenominado "300 do Brasil", foi presa pela PF (Polícia Federal) nesta manhã. A prisão foi decretada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) no inquérito que apura as manifestações antidemocráticas, de acordo com a Globonews.
Sara foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão do inquérito das fake news, no fim de maio, e teve confiscados itens como computador e celular - conforme ela mesmo afirmou em vídeos publicados em redes sociais.
Sara Winter armada. Foto: Reprodução Instagram
A operação da PF deflagrada em 27 de maio, autorizada por Moraes, realizou 29 mandados de busca e apreensão e investigou nomes como o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), o empresário Luciano Hang e o blogueiro Allan dos Santos. Depois da ação, Sara iniciou uma série de ataques contra o STF e o ministro Alexandre de Moraes e falou em persegui-lo e "trocar socos" com ele. "Eles não vão me calar. De maneira nenhuma. Pelo contrário. Eu sou uma pessoa extremamente resiliente. Pena que ele mora em São Paulo. Se estivesse aqui, eu tava na porta da casa dele, convidando ele para trocar soco comigo. Juro por Deus, eu queria trocar soco com esse filho da puta desse arrombado. Infelizmente eu não posso. Mas eu queria. Ele mora lá em São Paulo, né? Você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor", afirmou ela, em vídeo que circulou no Twitter. Ela disse que também não iria depor no STF: "Não vou nessa bosta!".
Os vídeos com ataques de Sara foram tema de debate, com parte da classe política vendo-o como uma provocação, para que ela fosse de fato presa e incendiasse ainda mais o cenário. Paralelamente ao inquérito das fake news, Sara apareceu como um dos líderes do grupo 300 do Brasil, que fez acampamento em Brasília em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A ocupação foi retirada pela polícia no fim de semana, e os manifestantes pró-Bolsonaro atacaram a sede do STF, em Brasília, com fogos de artifício. A PGR instaurou uma investigação preliminar na noite de ontem sobre o ato da noite de sábado, simulando um bombardeio e determinou a abertura de uma notícia de fato, nome que se dá a investigação preliminar, em resposta a um pedido do presidente da corte, Dias Toffoli.
Sara Winter com Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução Instagram
Ontem (14), Toffoli citou o manifestante Renan da Silva Sena e pediu que ele seja investigado pelos crimes de calúnia, injúria e difamação. Renan foi preso ontem em Brasília pela Polícia Civil do Distrito Federal. Ele é ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em maio, ele agrediu verbalmente e cuspiu em enfermeiras durante uma manifestação na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Sara protestou contra a prisão de Renan em sua conta no Instagram:
Imagem: Reprodução Instagram