Com a chegada do inverno há um aumento dos casos de asma, mais conhecida como "bronquite asmática" ou "bronquite alérgica". É uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que, em indivíduos suscetíveis, pode causar episódios recorrentes de chiado, falta de ar e tosse, devido à obstrução ao fluxo aéreo. Em casos mais graves, pode haver o impedimento da passagem do ar pelo sistema respiratório, o que é algo extremamente preocupante neste momento de pandemia causada pela Covid-19.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 300 milhões de pessoas no mundo sofram com a asma, que já é a quarta maior causa de internação no Brasil e a terceira causa entre crianças e adultos jovens. Dados do Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, já são 6,4 milhões de indivíduos acima de 18 anos com a doença.
Por isso, com a chegada do inverno, Ana Paula Cruz Gonçales, Pneumologista Pediátrica do Hospital Sepaco, faz um alerta à população sobre a importância de ter um acompanhamento médico para não ser acometido por doenças que podem acarretar em crises graves. “A asma é resultado de interações entre fatores ambientais e genéticos, pode se manifestar em qualquer fase da vida e também fora do período sazonal. A boa noticia é que, com tratamento adequado, as crises podem ser amenizadas e os sintomas controlados durante todo o ano”, destaca a especialista.
Durante o inverno, os dias são mais frios, secos e há um maior acúmulo de poeira e poluição, fazendo com que os pacientes acabem sofrendo mais com as crises, principalmente, as crianças e os idosos que são mais sensíveis a estes “agentes externos”, os chamados alérgenos.
Quando a mucosa respiratória é agredida por agentes externos, envia um sinal de alerta para a medula óssea, que por sua vez produz células especiais de defesa. Este sinal é recebido como um ‘alerta de ataque’ ao aparelho respiratório e, literalmente, ‘contra ataca’ ao mandar células especiais que provocarão um processo inflamatório nas vias aéreas (brônquios) para expulsar estes ‘invasores’. Quem possui a doença descreve como um ‘sufocamento’, com muita tosse, falta de ar, cansaço, sensação de aperto e chiados no peito, isso devido à obstrução variável do fluxo aéreo causada pela inflamação das vias respiratórias.
A médica ressalta que a doença não tem cura, mas pode ser controlada, as crises evitadas ou até amenizadas, com controle ambiental associado à medicações especificas para cada paciente e de acordo com a gravidade da sua doença. Desta forma, é necessário estar atento, inclusive a outros alérgenos, tais como cigarros, ácaros, mofos, poeiras, pelos de animais, produtos com cheiros fortes (perfumes, incensos, tintas, vernizes etc).
Para finalizar, Ana Paula destaca que é importante toda a família ter consciência das causas que agravam as crises de asma e criarem hábitos saudáveis, contribuindo assim para que as pessoas asmáticas não sofram tanto e possam ter uma melhor qualidade de vida