O Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro (SindEnfRJ) entrou com representação junto ao Tribunal Regional do Trabalho para que os profissionais recebam salários, em alguns casos, atrasados há três meses pelo governo do Estado, apesar da existência de verba reservada para o pagamento.
A presidente do SindEnfRJ, Mônica Armada, revela que em reunião com Fernando Ferry, antigo secretário de Saúde antes de sua demissão do cargo, ele teria revelado que existe o dinheiro para o pagamento, mas a falta de contrato com as empresas terceirizadas o impedia de quitar as obrigações com os funcionários. O novo secretário começa a exercer o cargo nesta terça-feira (23) e ainda não foi contactado pela entidade.
“A gente começou a negociação antes do antigo secretário sair. Ele deixou claro que tinha o dinheiro, mas o que não tinha era um contrato com as OS. Caso assinasse e liberasse os pagamentos, ele é quem seria o responsável. Por isso, resolveu deixar o cargo”, disse Mônica Armada.
Ferry ficou apenas 36 dias à frente da Secretaria de Saúde do Estado. Ao sair, disse que nunca viu um descalabro administrativo tão grande. Disse ainda que “o poço é mais fundo do que pensava”.
Segundo Mônica, os contratos com as operadoras deveriam ser regularizados pelo ex-superintendente de Orçamento e Finanças, Carlos Frederico Duboc, que está preso. Ela acredita que o TRT possa regularizar a situação:
“A situação está indefinida e não tem data. Acredito que um ato do Tribunal Regional do Trabalho possa ordenar o pagamento dos funcionários, mesmo sem os contratos assinados”, concluiu.