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O coronavírus e suas consequências para o universo agro

Especialista aponta que flores e fibras sofrem pela crise mundial de saúde

Por Portal Eu, Rio! em 27/06/2020 às 09:00:00

Setor de flores fi o mais atingido pela pandemia. Foto: Divulgação Sebrae

A pandemia do novo coronavírus trouxe ao mundo dos negócios muitos impactos negativos no Brasil, assim como em todo o mundo, e a expectativa de melhora não tem prazo definido. Empresas de todos os segmentos e portes foram afetadas pelas consequências da doença e pela falta de circulação de dinheiro causada pelo isolamento social. No setor de agronegócios não tem sido diferente e, segundo Silvano Abreu, engenheiro agrônomo PhD em Ciência do Solo com mestrado em Biodinâmica do Solo, diversos setores do agro enfrentam dificuldades. "Se tivesse que apontar o setor mais atingido dentro deste universo, com certeza, seria o de flores. Tudo que não é alimento dentro do agro está sofrendo as duras consequências desta crise de saúde pela qual estamos passando, como as fibras, por exemplo", completa Silvano, que atua como consultor agronômico em solos e nutrição de plantas e como palestrante associado da Razão Humana Consultoria.

Com a mudança dos eventos do setor, que deixaram de ser físicos e estão sendo realizados de maneira online, e com produtores muito mais antenados nisso, o mercado de máquinas também sofreu bastante, já que os investimentos pesados na lavoura foram colocados de lado por conta das incertezas da pandemia.

Um terceiro setor bastante prejudicado foi o de perecíveis em função da ausência ou da dificuldade de transporte destes produtos; houve muita perda de itens nas fazendas ou até mesmo antes de chegarem aos Centros de Distribuição espalhados pelo Brasil. No começo da pandemia, por exemplo, o País viveu um problema na distribuição de leite, que agora já foi normalizado e positivado pelo maior consumo da bebida durante o isolamento social.

Produção de leite foi normalizada. Foto: Divulgação

O menor impacto sentido, por outro lado, foi na agricultura de grãos, até pela possibilidade de secagem e armazenamento deles. "O Brasil vem com uma safra muito forte de soja e milho – falando sobre a soja, por exemplo, provavelmente, o País será o primeiro produtor do mundo neste ano em volume produzido. Os Estados Unidos vêm implantando agora a soja e a área encolheu por lá em detrimento do milho, que aumentou, o que pode levá-los a perderem a posição de primeiro lugar para nós", diz o consultor.


Produção de grãos teve menor impacto; Mercado de máquinas sofreu perdas. Foto: Divulgação

Mesmo com as perdas no mercado causadas pela Covid-19, Silvano avalia que há uma tendência de crescimento dos agronegócios impulsionado pelo setor de fertilizantes que, segundo ele, é um drive importante para mensurar o avanço de todo o mercado. "O setor estima um crescimento de cerca de 500 mil toneladas de consumo de fertilizantes no ano num mercado que já é de cerca de 37 milhões de toneladas", explica. O crescimento linear dos últimos anos deve ser mantido, uma vez que as perdas causadas pelam pandemia são menores que os ganhos – um dos setores que continuam mantendo o Brasil com saldo positivo de agronegócios é o milho, onde mantemos a posição de terceiro produtor do mundo, mesmo estando longe do segundo colocado (EUA) e mais longe ainda do primeiro (China), ambos acima das 200 milhões de toneladas e o Brasil chegando em 110 milhões. "As boas notícias são que o quarto lugar está longe da gente também e que em 2020 devemos ter um crescimento recorde em função dos preços atraentes para o produtor. O prêmio pago pelo grão está em alta principalmente em função da desvalorização do Real, que eleva o preço do Dólar", explica.

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