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Milicianos do 'Escritório do Crime' que assassinam por encomenda são presos

Acusados têm ligação com Capitão Adriano, morto pela polícia no interior da Bahia

Por Portal Eu, Rio! em 30/06/2020 às 08:26:31

Policiais civis e militares fazem operação para prender suspeitos de integrar "Escritório do Crime". Foto: Divulgação Polícia Civil

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e as polícias Civil e Militar fazem hoje (30) operação para prender suspeitos de integrar o chamado Escritório do Crime. O grupo criminoso, que tem ligação com milícias do estado, é especializado em cometer assassinatos por encomenda.

Além dos mandados de prisão, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão na operação chamada Tânatos. Dois suspeitos foram presos na manhã de hoje, durante as diligências.

A operação é resultante de três denúncias apresentadas pelo MPRJ, que descrevem os crimes cometidos pelo grupo, que tinha ligação com Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como "Capitão Adriano", que foi denunciado em janeiro de 2019 e ficou foragido até fevereiro deste ano, quando foi morto por policiais militares no interior da Bahia.

Atuação agressiva e planejada

Segundo o MP, o Escritório do Crime atua de forma agressiva e planejada, com trajes que impedem identificação visual, como balaclavas (máscaras que cobrem praticamente todo o rosto), que dão poucas chances de defesa para a vítima.

"A organização possui estrutura ordenada e voltada, sobretudo, para o planejamento e execução de homicídios encomendados mediante pagamento em dinheiro ou outra vantagem", diz a nota do MPRJ.

Tentativas de execução de PMs

O mesmo grupo criminoso é apontado como autor da tentativa frustrada de execução do PM reformado Anderson Cláudio da Silva ('Andinho') e do também PM Natalino dos Santos Rodrigues, em 6 de janeiro de 2018, na Rua Ribeiro de Andrade, em Bangu.

O primeiro alvo, no entanto, não foi atingido pelos disparos. O segundo, apesar de baleado, sobreviveu ao ataque. Após essa data, apurou-se que os denunciados, em diferentes dias, se deslocaram a outros endereços vinculados a Anderson Claudio, com o intuito de monitorar sua rotina, em busca de obter êxito em uma segunda investida criminosa, que veio a ocorrer em 10 de abril do mesmo ano.

O MPRJ suspeita que Leonardo Gouvêa da Silva (vulgo 'MAD') exerce a chefia do grupo, competindo-lhe a negociação, o planejamento, a operacionalização e a coordenação quanto à divisão das tarefas criminosas a serem executadas. O órgão também destaca a atuação de Leandro Gouvêa da Silva (conhecido como 'Tonhão'), irmão e homem de confiança de Leonardo, que atua como motorista do grupo.

Outros dois denunciados cumprem funções semelhantes, sendo ainda braços armados: João Luiz da Silva ('Gago') e Anderson de Souza Oliveira ('Mugão'), ambos ex-policiais militares.

Organização criminosa

Foram oferecidas três denúncias, sendo uma junto à 1ª Vara Especializada da Comarca da Capital, tendo sido expedidos mandados de prisão e busca e apreensão por crime de organização criminosa.

A segunda, por crimes de homicídios, foi distribuída à 3ª Vara Criminal da Comarca da Capital, em face de Leonardo Gouvêa da Silva ('MAD'), Leandro Gouvêa da Silva ('Tonhão') e João Luiz da Silva ('Gago'), onde também foram expedidos mandados de prisão e de busca e apreensão.

A terceira denúncia oferecida foi distribuída junto à 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital, tendo como vítima de homicídio Marcelo Diotti da Matta, morto em 14 de março de 2018, na Barra da Tijuca.

Fonte: Agência Brasil

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