A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) indiciou um policial militar do 6º BPM (Tijuca) por homicídio doloso (quando há a intenção de matar), na morte de Matheus Oliveira, mototaxista de 23 anos, nas proximidades do Morro do Borel, na Zona Norte da capital, no final de maio. Matheus, segundo as investigações, morreu com um disparo na cabeça. PMs da UPP do Borel, que estavam envolvidos no assassinato, alegaram que o mototaxista e um colega que estava na carona não respeitaram a ordem de parada dos policiais. A identidade do autor do disparo não foi revelada, mas ele foi afastado pela corporação
As investigações foram marcadas por controvérsias. Os policiais que participaram da ação chegaram a afirmar, em depoimento, que o mototaxista teria morrido por ferimentos de um acidente de trânsito. O rapaz que acompanhava Matheus disse ter sido ameaçado por policiais para confirmar a versão do acidente. Um laudo do hospital Souza Aguiar desmentiu a versão dos policiais e confirmou a morte do jovem por ferimento por arma de fogo. A comparação balística feita polícia civil também confirmou a versão do hospital.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou que os outros policiais envolvidos na ação foram transferidos da UPP do Borel para outras unidades a fim de atuarem em serviços administrativos. A PM também revelou que o Inquérito Policial Militar (IPM) segue em andamento e que aguarda os trâmites judiciais.
O inquérito final será enviado ao Ministério Público do Estado e poderá ser apresentada uma denúncia contra os policiais envolvidos. Amigos e familiares de Matheus protestaram em frente à 19ª DP (Tijuca), hoje (7), pedindo a prisão do policial indiciado. Matheus Oliveira era mototaxista, entregador, motorista de aplicativo e havia acabado de se tornar pai.