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Crueldade familiar

Preso homem que mantinha mulher em cárcere privado por oito anos

Esposa era trancada em casa, sofria agressões físicas e violência psicológica


Bilhete deiado pela mulher ao filho. Foto: Divulgação Polícia Civil

Policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher de Campo Grande prenderam em flagrante, hoje (9), no bairro da Prata, um homem acusado de manter a mulher em cárcere privado, agredi-la e ameaçá-la durante oito anos. O filho da vítima, que tinha ido visitá-la, recebeu escondido um bilhete escrito pela mãe, conseguiu fotografá-lo com o celular e foi à polícia pedir ajuda.

De acordo com a delegada Mônica Areal, titular da especializada, no bilhete, a mulher contava que era mantida trancada em casa e que sofria agressões físicas e violência psicológica.

A delegada informou que a vítima era proibida pelo companheiro, com quem vivia há oito anos sob o regime de união estável, de sair de casa sozinha e de receber amigos, e só usava o celular ao lado dele, que monitorava com quem ela falava e também o tempo de duração das ligações. No bilhete, a vítima dizia também que o companheiro ficava o tempo todo atrás dela, vendo o que fazia e ameaçando-a.

Tortura psicológica

A mulher, que não teve o nome divulgado, escreveu ainda no bilhete que não tinha como sair [de casa]. "Estou sendo torturada psicologicamente, moralmente e passando por constrangimentos horríveis.”

A vítima alegou que havia procurado a polícia em 2019, mas não teve sucesso. "No ano passado, fiz denúncia pelo telefone, mas tinha que concretizar a mesma numa delegacia....Não resolveu nada", afirmou.

Segundo a delegada, o filho da vítima chegou à delegacia muito nervoso, dizendo que a família já desconfiava de que alguma coisa não estava normal entre o casal. Ele contou que quando ia visitá-la, a mãe permanecia calada, cabisbaixa, num canto da casa. Uma equipe da delegacia foi à casa do casal e prendeu o autor do cárcere privado.

Ele vai responder pelo crime de cárcere privado, com pena que varia de 2 a 5 anos de prisão. O homem, depois de ouvido na delegacia e autuado em flagrante, foi encaminhado ao sistema penitenciário, onde ficará à disposição da Justiça, aguardando julgamento.

A prisão

Segundo a delegada Mônica Areal, responsável pelo caso, o homem, de 49 anos, relutou para abrir a porta para os policiais e foi preso em flagrante. "Chegamos lá e ela estava encolhida no canto na casa, não veio falar com a gente. Ela não falava sem autorização dele. Só depois que o prendemos, ela nos contou o que acontecia. Ela tentou se libertar dele, mas acabou sendo espancada. Ela também sofria muitas ameaças", explica.

O homem, que aparece no bilhete identificado apenas como Henrique, foi preso por cárcere privado, cuja pena varia de dois a cinco anos de prisão. A delegada disse ainda que vai instaurar inquéritos para apurar a denúncia de lesão corporal e tortura.

De acordo com Mônica Areal, o suspeito se manteve calado durante a prisão e não alegou nada em sua defesa. O suspeito não tem advogado constituído, segundo a delegada.

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