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'Porto Firme' mira dois PMs e mais 14 da Narcomílicia do 'Capitão' em Jacarepaguá

Tráfico de drogas é diferencial do grupo, que tem grande poder de fogo, envolvimento em assassinatos e intervenção na Civil

Por Portal Eu, Rio! em 09/07/2020 às 18:23:45

MPRJ começou investigação contra grupo da 'Narcomilícia' a partir de inquérito sobre assassinato de policial em Jacarepagua Arte Ascom MPRJ

A Operação "Porto Firme" mira a prisão preventiva de 16 denunciados pelo Ministério Público do Rio à Justiça. Entre eles, figuram dois policiais militares, acusados de integrarem organização criminosa responsável por crimes como tráfico de armas de fogo, extorsões, homicídios, agiotagem e corrupção ativa. A operação também cumpre 51 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao grupo, que age na região de Vargem Grande, Vargem Pequena e adjacências. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, a pedido do MPRJ.

Até esse ponto, o caso se confunde com figurino tradicional das milícias, grupos de ex-policiais e agentes de segurança que cobram proteção de comerciantes e controlam serviços legais e clandestinos na cidade. O diferencial desse bando em relação à maioria dos demais é a atuação no tráfico de drogas. A operação desta quinta-feira (8/7) foi deflagrada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e em parceria com a Delegacia de Homicídios da Capital e a Corregedoria da Polícia Militar.

A investigação sobre o grupo, conduzida no inquérito policial 901-00159/2020 decorreu de outra, que teve início com a apuração da morte de Marcus Vinícius Calixto, no ano de 2018, em Vargem Grande. Foi constatado que a vítima teria sido morta por contrariar interesses dos criminosos, conhecidos como milicianos, naquela região da Zona Oeste da cidade.

Escutas telefônicas autorizadas pelo Judiciário demonstraram a existência de um grupo criminoso atuante na localidade, liderado pelo oficial da Polícia Militar, Leonardo Magalhães Gomes da Silva, também conhecido como "Capitão". Além dele, cabia a outro policial militar, o cabo Fernando Mendes Alves, conhecido como "Biro", garantir a proteção dos demais membros do grupo para que estes pudessem continuar praticando delitos impunemente, sem que forças externas os incomodassem, inclusive intervindo em ações da Polícia Civil.

Ainda segundo a denúncia, os investigadores constataram que a organização criminosa, conhecida na região por atuar com extrema violência e com largo emprego de armas de fogo, não guardava em suas atividades uma separação rígida entre as tarefas atribuídas a seus integrantes, sendo possível, no entanto, identificar e destacar a hierarquia e a predominância no desempenho de funções de cada um, critério este utilizado para a divisão do grupo em núcleos.

Logo abaixo do comando exercido por "Capitão", apoiado por "Biro", com atribuições de interferência no trabalho das autoridades públicas, além da orientação e decisão dos rumos a serem tomados pelo grupo, estava o núcleo gerencial, exercido por três de seus membros, com posição hierárquica mais alta que os demais componentes, e, em seguida, o núcleo operacional, composto por todos os demais membros do bando, exercendo tarefas tais como as de "vapor" e "olheiro", diante da principal atividade econômica do grupo, a venda de entorpecentes. Também foi constatado que o grupo executava ações destinadas à proteção de seus integrantes contra inimigos, agindo com violência, intimidação ou até mesmo com a eliminação dos seus detratores.

Fonte: Site do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

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