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Um em cada três tiroteios acontecem perto de unidades médico-hospitalares

Fogo Cruzado revela raro efeito benéfico da pandemia, a redução em 38% dos disparos e em 34% nas mortes por arma de fogo

Por Portal Eu, Rio! em 10/07/2020 às 16:23:21

Fogo Cruzado revelou que um terço dos tiroteios aconteceram perto de Unidades de Saúde no primeiro semestre deste ano Arte Ascom Fogo Cruzado

Marcado pela pandemia causada pelo novo coronavírus, o primeiro semestre de 2020 teve 2.606 tiroteios/disparos de armas de fogo na Região Metropolitana do Rio. Destes registros, a plataforma Fogo Cruzado mapeou que 846 ocorreram próximo à unidades de saúde públicas e privadas – o que representa 32% do total de tiros. Com uma média de 5 tiroteios por dia no entorno de unidades de saúde, das 4.190 unidades existentes no Grande Rio, 1.285 foram afetadas por tiros.

Os 2.606 tiroteios/disparos de arma de fogo no Grande Rio no primeiro semestre deste ano, marcado pela pandemia do novo coronavírus e por uma série de medidas de isolamento para conter o avanço da contaminação, são 38% menos que o registrado nos primeiros 6 meses de 2019, quando houve 4.174 disparos.

A média de tiroteios por dia também diminuiu - foram 14 registros diários nos primeiros 6 meses de 2020, contra 23 no mesmo período de 2019. Houve redução também no número de tiroteios com a presença de agentes de segurança – foram 770 neste semestre e 1.204 nos 6 primeiros meses de 2019.

Ao todo, 1.040 pessoas foram baleadas – destas, 518 morreram e 522 ficaram feridas. Dos 2.606 tiroteios/disparos registrados, em 74% não houve vítimas. Já no mesmo período de 2019, 1.513 pessoas foram baleadas, o que representa uma queda de 34% nos mortos (779) e de 29% nos feridos (734).

Outro efeito benéfico do isolamento social sobre os números da violência urbana no Grande Rio foi a desaceleração das chacinas. Dos 2.606 ti, 24 terminaram com 3 ou mais civis mortos: ao todo, 93 pessoas morreram nestas circunstâncias. Em comparação com o mesmo período de 2019 – quando houve 34 casos que terminaram com 144 mortos –, houve queda de 29% dos casos e de 35% nas mortes nestas condições neste semestre.



A plataforma Fogo Cruzado registrou uma queda de 43% no número de agentes de segurança baleados no Grande Rio, em relação ao primeiro semestre de 2019, quando 126 agentes foram baleados. De janeiro a junho de 2020, foram alvejados 72 agentes de segurança na Região Metropolitana do Rio - 32 deles morreram e 40 ficaram feridos. No primeiro semestre do ano passado, 30 morreram e 96 ficaram feridos.


Baixada tem um em quatro baleados e Leste Metropolitano agentes de segurança em 40% dos confrontos



Das trocas de tiros, 558 ocorreram na Baixada Fluminense (21%), que ocupou a segunda posição entre as regiões com mais tiros, atrás somente da Zona Norte, na capital, que teve 892 tiroteios. A região também foi destaque no número de baleados: dos 1.040 registrados no Grande Rio (sendo 518 mortos), 266 foram na Baixada, e, destes, 154 morreram. O total de baleados na Baixada representou 26% do registrado em todo o Grande Rio. Entre os 266 baleados na região, 6 eram crianças (com idade inferior a 12 anos) e 5, adolescentes (com idade entre 12 anos e 18 anos incompletos). Houve ainda 7 pessoas vítimas de balas perdidas.


O professor José Claudio de Souza, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, um dos principais estudiosos da expansão da milícia na Zona Oeste da Capital e na Baixada, identifica uma reversão nas quedas de homicídios em todo o Estado de 2012 até agora. (áudio em anexo)

A nova escalada, amenizada este semestre pelo distanciamento social, revela a busca do tráfico por novos territórios, em especial depois da implantação das Unidades de Polícia Pacificadora em pontos tradicionais de venda de drogas, a política de confronto reforçada pelo governo Witzel e a atuação dos grupos paramilitares, de crescente desenvoltura e laços fortes no sistema político e no Judiciário.


O Leste Metropolitano (Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí e Rio Bonito) teve números muito semelhantes às da Baixada, região mais populosa depois da capital. Do total de tiros registrados (2.606), 483 (19%) aconteceram no Leste Metropolitano . Durante esses tiroteios, 346 pessoas foram baleadas: 180 morreram e 166 ficaram feridas. Em 194 (40%) deles havia presença de agentes de segurança. Os tiroteios com presença de agentes deixaram 243 baleados (105 mortos e 138 feridos), representando 70% dos baleados na região (346).


Por Portal Eu, Rio!

Fonte: Fogo Cruzado

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