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Alfredo Sirkis morre em acidente de carro no Arco Metropolitano

Ambientalista, político, jornalista e escritor estava sozinho no veículo. Preparava lançamento virtual de 'Descarbonário', seu último livro

Por Portal Eu, Rio! em 10/07/2020 às 17:52:45

Alfredo Sirkis. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O ambientalista, político, jornalista e escritor Alfredo Sirkis morreu hoje (10), em um acidente de carro no no Arco Metropolitano (BR-493), na Baixada Fluminense. Sirkis morreu no local, aos 69 anos.

A informação foi confirmada por familiares.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o motorista estava sozinho no veículo, um Volkswagem Polo, e seguia em direção à Via Dutra. Na altura do km 74, saiu da pista, bateu em um poste e capotou.

De acordo com pessoas ligadas à família, Sirkis estava indo para um sítio perto de Vassouras, onde iria encontrar a mãe e um filho.

Quem foi Sirkis

Alfredo Hélio Sirkis nasceu no Rio de Janeiro em 8 de dezembro de 1950, filho dos imigrantes judeus-poloneses Herman Syrkis e Liliana Syrkis.

Estudou em escolas particulares tradicionais da cidade até passar para o Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CAp/UFRJ), onde se iniciou na política estudantil, na coordenação do grêmio.

Participou das manifestações contra a ditadura civil-militar de 1964, incluindo a Passeata dos Cem Mil, em junho de 1968.

Integrou grupos que praticavam ações de guerrilha urbana contra o regime, incluindo sequestros de diplomatas. Em 1971, se exilou no Chile, Argentina e Portugal, regressando ao Brasil em 1979.

Sirkis recordou a participação na guerrilha no livro 'Os Carbonários', um dos grandes sucessos editoriais da década de 80, ao lado de 'O que é isso, companheiro?', do também ex-guerrilheiro Fernando Gabeira. Ambos foram fundadores, ao lado de Carlos Minc e Lizst Vieira, do Partido Verde. Antes, Sirkis integrou-se ao PDT, enquanto a maioria dos camaradas de luta armada se aproximava do PT. Muito próximo a Leonel Brizola, que pregava uma adaptação tropical da social-democracia européia, o 'socialismo moreno', Sirkis ganhou no partido o apelido de 'socialista albino', referência à origem nórdica.

Na edição comemorativa dos dez anos da revista Plurale, dedicada ao desenvolvimento sustentável, Sirkis deu um longo depoimento, que resume bem suas reflexões sobre os riscos e oportunidades na transição a uma economia de baixo carbono.



O ambientalista ocupou cargos como a presidência do Instituto Pereira Passos e a secretaria municipal do Ambiente. Teve passagens também pelo Inea. Seu último cargo público de destaque, na presidência de Michel Temer, foi a secretária executiva do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Sirkis se mantinha ativo e programava o lançamento de um livro para a semana que vem, em um evento virtual. O título, uma brincadeira com o maior sucesso e a adoção de posições mais moderadas politicamente e ambientalmente mais radicais ao longo da vida, era 'Descarbonário'.



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