O presidente da Alerj, André Ceciliano, em entrevista à revista Crusoé desta semana, disse que o governador Wilson Witzel reproduz no estado do Rio de Janeiro o que Jair Bolsonaro tem feito no plano nacional para evitar o impeachment.
“Ele tentou montar uma base. Ofereceram tudo o que você possa imaginar. Secretarias das mais diversas, órgãos do governo, e não conseguiram nada. Até hoje o governo não tem um líder aqui. Precisa ter confiança e credibilidade. Votação é votação, não tem como prever.”
Leia alguns trechos da entrevista concedida ao repórter Fábio Serapião.
A relação do governador degringolou quando?
- O governador, brinco, não é do ramo. Uma vez eleito, tinha todas as chances do mundo, poderia fazer a diferença. Essa coisa de candidatura em 2022 atrapalhou muito. O governo não tem uma marca. O que o governo tem que fazer para evitar o impeachment? Gestão, governar. Tivemos uma crise séria em 2019. Um secretário de estado mandou para o líder do governo um cachorrinho defecando. Nunca se deu atenção ao parlamento. Precisa ter diálogo.
Ainda há tempo para Witzel reverter a situação e evitar o impeachment?
- Em junho, quando tivemos um embate, foi 58 a zero. Nós votamos o fim de um decreto que deu benefícios para empresas instaladas aqui e o governo teve quatro votos. O governo nunca cuidou nem das pessoas próximas ao governador. Ele nunca teve uma base.
Agora ele nomeou André Moura e abriu espaço para indicações políticas. Isto resolve?
- O governo fez um movimento ao empoderar mais Lucas Tristão. Tristão chegou a dizer que deputado era igual a jujuba, se comprava em toda esquina. Ele tentou montar uma base. Oferecerem tudo o que possa imaginar. Secretarias, órgãos do governo, e não conseguiram nada. Até hoje o governo não tem um líder. Precisa ter confiança e credibilidade. Votação é votação, não tem como prever. Agora, o André Moura abre a possibilidade de diálogo, melhora o relacionamento, mas não resolve o problema do impeachment, na minha opinião.