Três PMs são indiciados como executor e mandantes no homicídio do irmão de Freixo
Crime de 2006 ocorreu por conta da demissão dos policiais, que atuavam como seguranças no condomínio no qual a vítima era síndico
Marcelo Freixo teve o irmão, Renato, assassinado por policiais militares. Foto: Reprodução Câmara dos Deputados
A 10ª Delegacia de Acervo Cartorário (DEAC) concluiu, nesta quinta-feira (13/08) o inquérito que apura a morte de Renato Ribeiro Freixo, irmão do deputado federal Marcelo Freixo e a tentativa de homicídio da companheira dele, em Piratininga, Niterói, região metropolitana do Rio. Um ex-policial militar foi indiciado como executor do homicídio e da tentativa de homicídio e dois PMs como os mandantes do crime que ocorreu em junho de 2006.
As investigações apontaram que os mandantes atuavam como seguranças no condomínio no qual a vítima era síndico. O crime teria sido motivado por Renato ter demitido os policias do posto de segurança da área residencial, por eles não serem legalizados para exercer a função.
Durante as investigações foram ouvidas dezenas de testemunhas, realizadas inúmeras buscas e apreensões, além de quebras de sigilo que ajudaram a chegar aos autores do assassinato. Também foram identificados que os álibis deles eram frágeis e que os mandantes tinham motivação. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público.
Relembre o caso
Renato Ribeiro Freixo foi morto aos 34 anos, na madrugada do dia 25 de julho de 2006, com cinco tiros, quando chegava em sua casa, no bairro de Piratininga, Região Oceânica de Niterói, ao lado da esposa Valéria Motta Ramos. Na ocasião, Renato foi surpreendido por dois homens em uma moto e foi alvejado quando descia de seu carro para abrir o portão da garagem. Sua mulher também foi atingida com dois tiros ao tentar proteger Renato, mas ela sobreviveu.
Na época, Renato era assessor da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Niterói e havia acabado de se reeleger como síndico do condomínio onde morava. Uma das medidas tomadas assim que se reelegeu foi substituir a segurança do lugar, que era feita informalmente por policiais militares que atuavam em um empresa especializada.
A pedido da família, seu irmão Marcelo Freixo, então pesquisador da ONG Justiça Global, não fez alarde com o crime e não falava sobre o assunto.