Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Transportes puxam alta

Inflação oficial é a maior para agosto desde 2016

Seis dos nove grupos pesquisados pelo IBGE registram aumento de preços, mas descontos em Educação, por conta da pandemia, retém IPCA


Gerente de Pesquisa, Pedro Kislanov explicou que mesmo com a alta em agosto, com uma taxa que dobou em relação a agosto do ano passado, inflação segue abaixo da meta Foto IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto subiu 0,24%, 0,12 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em julho (0,36%). Esse é o maior resultado para um mês de agosto desde 2016, quando o IPCA foi de 0,44%. No ano, o indicador acumula alta de 0,70% e, em 12 meses, de 2,44%, acima dos 2,31% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2019, a variação havia sido de 0,11%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em agosto. A maior variação veio dos Transportes (0,82%), que apresentaram também o maior impacto positivo no índice do mês (0,16 p.p.). A segunda maior contribuição (0,15 p.p.) veio de Alimentação e bebidas, que registrou alta de 0,78%. Os grupos Habitação (0,36%) e Artigos de residência (0,56%) também tiveram alta, mas desaceleraram na comparação com o mês anterior (0,80% e 0,90%, respectivamente).

No lado das quedas, o destaque ficou com o grupo Educação (-3,47%), que contribuiu com -0,22 p.p. no IPCA de agosto. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,78% em Vestuário e a alta de 0,67% em Comunicação. Ouça o Gerente da Pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov, comentar os fatores de pressão sobre a inflação oficial no podcast do Eu, Rio! (eurio.com.br)





No que concerne aos índices regionais, cinco das 16 regiões pesquisadas apresentaram deflação em agosto. O menor índice ficou com o município de Aracaju (-0,30%), especialmente por conta da queda nos cursos regulares (-7,27%). Já o maior resultado foi observado no município de Campo Grande (1,04%), particularmente em função da alta de alguns itens alimentícios, como as carnes (6,28%) e as frutas (9,54%). A Região Metropolitana do Rio de Janeiro registrou deflação de 0,13%, com o acumulado do ano sendo uma inflação de 0,51%. Em doze meses, a alta chegou a 2,02%, abaixo do limite inferior da meta de inflação, de 2,5 pontos percentuais ao ano.


Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de julho a 27 de agosto de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 1º a 28 de julho de 2020 (base). O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Cabe lembrar que, em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

Os Transportes (0,82%) tiveram alta pelo terceiro mês consecutivo, influenciados, mais uma vez, pelo comportamento dos preços da gasolina, que subiram 3,22% em agosto. O óleo diesel (2,49%) e o etanol (1,29%) também registraram variação positiva, enquanto o gás veicular recuou 0,79%. Os preços dos serviços de transportes por aplicativo (0,37%) subiram, após a queda de 8,17% em julho. Já as passagens aéreas (-1,97%) seguem em queda, embora o recuo tenha sido menos intenso que o registrado no mês anterior (-4,21%).

O grupo Alimentação e bebidas (0,78%) acelerou em relação a julho, quando ficou próximo da estabilidade (0,01%). Os alimentos para consumo no domicílio tiveram alta de 1,15%, influenciados principalmente pela elevação nos preços do tomate (12,98%), do leite longa vida (4,84%), das frutas (3,37%) e das carnes (3,33%). Destacam-se, ainda, as variações do óleo de soja (9,48%) e do arroz (3,08%), que acumula alta de 19,25% no ano. Por outro lado, verificou-se recuo nos preços da cebola (-17,18%), do alho (-14,16%), da batata-inglesa (-12,40%) e do feijão-carioca (-5,85%).

A alimentação fora do domicílio (-0,11%) segue em queda, embora menos intensa que a do mês anterior (-0,29%). Enquanto a refeição passou de -0,06% em julho para -0,56% em agosto, o lanche passou de queda de 0,86% para alta de 0,78%, contribuindo com 0,01 p.p. no índice do mês.

No grupo Habitação (0,36%), os maiores impactos em agosto vieram do aluguel residencial (0,32%) e da energia elétrica (0,27%), ambos com 0,01 p.p. As variações do item energia elétrica foram desde os -2,06% de Fortaleza até os 3,17% de São Luís. Houve reajustes tarifários em duas áreas, ambos a partir de 7 de agosto: em Belém (0,13%), o reajuste foi de 2,86% e, em Vitória (0,09%), de 5,93%.

Vale ressaltar que as variações apuradas no item em questão levam em consideração, além das tarifas praticadas, as alíquotas de PIS/COFINS, a contribuição de iluminação pública e a bandeira tarifária. No dia 26 de maio, a ANEEL anunciou a manutenção da bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, até dezembro deste ano.

Ainda em Habitação, o subitem gás encanado (-1,67%) apresentou variação negativa por conta das reduções de 5,16% no Rio de Janeiro (-4,64%), a partir de 1ª de agosto, e de 8,88% em Curitiba (-2,68%), a partir de 19 de agosto. Já a taxa de água e esgoto (0,43%) subiu por conta do reajuste de 3,40% observado em São Paulo (1,47%), válido desde 15 de agosto. Por fim, cabe destacar as altas nos preços de alguns materiais de construção, como o tijolo (9,32%) e o cimento (5,42%), que já haviam subido em julho (4,13% e 4,04%, respectivamente).

Os preços dos Artigos de residência (0,56%) subiram pelo quarto mês seguido, embora tenham desacelerado em relação a junho (1,30%) e julho (0,90%). As maiores contribuições vieram dos artigos de tv, som e informática (2,06%), com 0,02 p.p., e dos eletrodomésticos e equipamentos (0,93%), com 0,01 p.p. Por outro lado, os itens de mobiliário (-0,82%) mais uma vez apresentaram queda.

A maior variação negativa (-3,47%) e a maior contribuição negativa (-0,22 p.p.) no IPCA de agosto vieram do grupo Educação. Em virtude da suspensão das aulas presenciais por conta da pandemia de Covid-19, várias instituições de ensino concederam descontos nos preços das mensalidades, que foram devidamente apropriados no IPCA de agosto, conforme disposto na nota técnica 02/2020. Com isso, os preços dos cursos regulares recuaram 4,38%. A maior queda foi observada na pré-escola (-7,71%), seguida pelos cursos de pós-graduação (-5,84%), pela educação de jovens e adultos (-4,80%) e pelas creches (-4,76%).

O grupo Vestuário (-0,78%) também teve variação negativa em agosto, mais intensa que a registrada em julho (-0,52%). Houve quedas nos preços das roupas masculinas (-0,74%), femininas (-1,23%), infantis (-1,46%) e dos calçados e acessórios (-0,55%). As joias e bijuterias, por outro lado, subiram 2,32% e acumulam alta de 10,11% no ano.

Em Comunicação (0,67%), o destaque ficou com o subitem acesso à internet (8,51%), com impacto de 0,05 p.p. no índice do mês. A alta deve-se ao reajuste no valor cobrado pela prestação de serviços de banda larga em uma das empresas pesquisadas.


INPC sobe 0,36% em agosto


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC do mês de agosto apresentou alta de 0,36% enquanto, em julho, havia registrado 0,44%. Este é o maior resultado para um mês de agosto desde 2012, quando o índice foi de 0,45%. No ano, o INPC acumula alta de 1,16% e, nos últimos 12 meses, de 2,94%, acima dos 2,69% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2019, a taxa foi de 0,12%.

Os produtos alimentícios tiveram alta de 0,80% em agosto enquanto, no mês anterior, haviam registrado 0,14%. Já os não alimentícios subiram 0,23%, após registrarem 0,53% em julho.

Quanto aos índices regionais, duas das 16 áreas apresentaram deflação em agosto, conforme mostra a tabela a seguir. O município de Aracaju (-0,23%) teve o menor resultado, principalmente em função da queda nos cursos regulares (-9,15%). O maior índice, por sua vez, ficou com o município de Campo Grande (1,33%), por conta, especialmente, das altas nos preços das carnes (6,66%) e das frutas (14,64%).

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de julho a 27 de agosto de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 1º a 28 de julho de 2020 (base). O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.


IBGE

Inflação oficial Índice Nacional de preços ao Consumidor |Amplo IPCA agosto Transportes Alimentação e bebidas combustíveis gasolina passagens aéresas Educação mensalidades escolares descontos Rio de Janeiro Região Metropolitana deflação acesso à intenet Comunicação Vestuário calçad

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!