Um celular do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, teria sido apreendido durante uma operação para investigar irregularidades em licitações na administração municipal. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) divulgou uma nota informando que a operação visa cumprir 22 mandados de busca e apreensão expedidos pelo 1º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio, nesta quinta-feira (10/09).
Os promotores do MPRJ e os agentes da Polícia Civil estiveram nos gabinetes do prefeito do Rio, na sede administrativa da Cidade Nova e no Palácio da Cidade, em Botafogo. A operação decorre de inquérito policial instaurado para investigar possível organização criminosa e esquema de corrupção no âmbito da administração municipal carioca, sendo desdobramento da primeira fase da Operação Hades, executada em 10 de março deste ano.
Os alvos incluem escritórios de Mauro Macedo, tesoureiro da campanha de Crivella em 2016, Rafael Alves, empresário influente na administração municipal, e do ex-senador e ex-secretário de Agricultura Eduardo Lopes. A operação foi deflagrada pelo MPRJ, por meio da Suprocuradoria-Geral de Assuntos Criminais (SUBCRIMINAL/MPRJ) e do Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (GAOCRIM/MPRJ), e pela Polícia Civil, por intermédio da Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro (CIAF/PCERJ).
As diligências estão sendo cumpridas em endereços residenciais e funcionais de agentes públicos municipais e empresários na Capital, nos bairros da Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Tijuca, Flamengo, e em Itaipava e Nilópolis. A ação conta com a participação de membros do GAESF/MPRJ, GAECO/MPRJ e GAECC/MPRJ, bem como de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). Os endereços incluem a residência particular de Crivella, na Pensínsula, condomínio residencial de alto padrão na Barra da Tijuca.
O procedimento policial está sob sigilo, motivo pelo qual não é possível fornecer outras informações, de acordo com a nota divulgada à imprensa pelo MPRJ.
Com a operação desta quinta-feira, os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto para o Palácio da Cidade se vêem às voltas com acusações e inquéritos. Na terça-feira, o ex-prefeito Eduardo Paes havia sido alvo de mandados de busca e apreensão, expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da Sétima Vara da Justiça Federal. Os mandados tiveram como base as delações premiadas de executivos do grupo Odebrecht.