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No final da tarde desta quinta-feira, a assessoria de imprensa do prefeito do Rio divulgou uma declaração em que Marcelo Crivella questiona a operação do Ministério Público e da Polícia Civil, feita durante a solenidade de formatura em que encontrou o presidente Jair Bolsonaro, na Vila Militar. Como o adversário Eduardo Paes, do Democratas, fizera na terça-feira, Crivella questionou a data das diligências, pela proximidade com as eleições municipais. Em tom respeitoso e diplomático, o prefeito evita críticas ao Ministério Público e à Polícia Civil, afirmando ter sido tratado com cordialidade durante a execução dos mandados de busca na residência dele, na Barra da Tijuca.
Crivella concentrou a artilharia verbal no antecessor, Eduardo Paes, e na Rede Globo. Na nota, o prefeito afirma que a investigação parte de uma reportagem do jornal O Globo, com base em um pagamento devido pela administração anterior à dele, a de Paes, à empresa Locanty. Crivella classifica o jornal de 'inimigo jurado' de seu governo e estranha a presença da TV Globo em sua porta antes mesmo da chegada dos oficiais de Justiça e dos promotores. "Como ela sabia se havia sigilo? Um mandado de busca e apreensão precisa vir acompanhado da motivação e os oficiais encarregados não apresentaram,"questionou.
O prefeito encerrou a declaração em tom irônico, afirmando preferir o Ministério Público 'voluntarioso, mesmo com algun excessos' do que omisso. Esse MP do passado, para o prefeito, "permitiu ocorrer no Rio de Janeiro, em gestões passadas, o maior volume de corrupção já visto no mundo, que tantos prejuízos trouxeram e ainda trazem ao nosso povo."
"Semana passada, o meu advogado, o Dr. Alberto Sampaio, esteve com o sub-procurador do Ministério Público Estadual, o Dr. Ricardo Martins, colocando à disposição os meus sigilos bancário, telefônico e fiscal por conta de denúncias publicadas na imprensa. Portanto, foi estranha a operação realizada hoje (quinta, 10/9) na minha casa, considerando ainda que estamos em período eleitoral.
No entanto, quero registrar que vi respeito e integridade no procurador, no delegado e no oficial de justiça. A ação durou cerca de uma hora e nada foi encontrado.
Considero essa ação injustificada, já que sequer existe denúncia formal e eu não sou réu nesta ou em qualquer outra ação. A investigação, que ainda nem se transformou em ação, se motiva em uma matéria do jornal O Globo, inimigo jurado do nosso governo, que alega existir na Prefeitura uma central de propinas, e a prova que apresenta é o pagamento devido pela administração anterior a uma empresa chamada Locanty. Vocês podem conferir no site de transparência da Prefeitura que nunca durante o meu governo foi feito qualquer pagamento a essa empresa.
Lamento também que a Rede Globo de Televisão tenha chegado na minha casa antes dos oficiais. Como ela sabia se havia sigilo? Um mandado de busca e apreensão precisa vir acompanhado da motivação e os oficiais encarregados não apresentaram.
Portanto, quero dizer que, apesar disso, do fundo do meu coração, confesso que prefiro o Ministério Público voluntarioso, mesmo com alguns excessos, do que aquele omisso, que permitiu ocorrer no Rio de Janeiro, em gestões passadas, o maior volume de corrupção já visto no mundo, que tantos prejuízos trouxeram e ainda trazem ao nosso povo. Uma conta amarga que tivemos que pagar de obras olímpicas superfaturadas. Vamos em frente e que Deus nos abençoe."
Fonte: Prefeitura do Rio