No Brasil, a escalada do novo coronavírus trouxe impactos não apenas na saúde pública, mas também na vida financeira das famílias. Em um cenário de crise econômica e incertezas, o mercado de crédito pessoal acaba virando a escolha de muitos brasileiros e empreendedores. Algumas empresas têm oferecido uma nova modalidade: o Crédito com Garantia de Imóvel (CGI), que antecipa até 60% do valor do imóvel (seja ele comercial ou residencial) com taxas competitivas (a partir de 0,85% ao mês).
Uma das empresas que trouxe esta demanda ao mercado é a Loft. Entre o segundo semestre de 2019, quando surgiu a iniciativa, e agosto deste ano, a empresa concedeu 80 empréstimos no total, movimentando R$ 22 milhões - R$ 18,5 milhões em 2020. A procura cresceu nos últimos três meses: foram 68 negócios fechados em junho, julho e agosto, em plena pandemia. “Em três meses, fechamos seis vezes mais negócios do que o volume acumulado até maio”, diz Raphael Tomé, Diretor de Negócios e Vendas de Crédito na Loft.
O que explica essa procura?
O CGI é a melhor opção na comparação com os juros de mercado e com outras modalidades de crédito, já que o imóvel é usado como garantidor. “É justamente por isso que os empreendedores representam a maioria dos casos. Eles precisam de capital de giro ou procuram recursos para investir na expansão do seu negócio”, ressalta Tomé.
O executivo lembra que usar um imóvel como garantia diminui o risco de inadimplência. “Por isso, podemos oferecer o crédito com taxas muito inferiores a de um crédito sem garantia", diz. “Na comparação com outras modalidades, um empréstimo pessoal pode custar de 5 a 7% ao mês, enquanto o CGI custa a partir de 0,85%”, afirma.
“Pesquisei muito e essa era a melhor opção. A baixa taxa de juros e o teto do empréstimo são muito mais atrativos do que as condições oferecidas no mercado. Com o aumento da demanda por serviços agrícolas, consegui ter mais capital de giro”, diz Roberto Barreiro, parceiro da agrícola Karina Ferrari. O executivo recebeu 60% (antecipação destinada a volumes grandes) do valor de seu apartamento, localizado na região da Granja Julieta, avaliado em R$ 2,9 milhões: “Fizemos uma operação de R$ 1,75 milhão, com 180 meses de prazo para pagar e carência de dois meses. Em 20 dias, o dinheiro já estava na minha conta”, diz. O valor recebido, segundo ele, foi aplicado na manutenção de caixa da companhia.
Como funciona?
No caso da Loft, ela faz a intermediação entre os clientes e os principais bancos e fintechs do país, analisando cada caso para chegar às melhores condições possíveis. Para requerer o crédito, o imóvel não precisa estar no nome do cliente, quitado ou à venda na plataforma da empresa. São aceitos apartamentos, prédios e casas, assim como imóveis comerciais, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas.
A partir daí, são feitas três análises - de crédito, jurídica e do imóvel. É necessário apresentar poucos documentos, como número da matrícula do imóvel, RG, CPF, comprovantes de estado civil e de Imposto de Renda. “Damos também a opção de o cliente ter seis meses de carência - o que alivia as contas desde o começo e, para quem está vendendo, é um fôlego a mais”, diz Tomé. “A ideia é garantir um crédito saudável para que ele seja realmente uma solução.”