O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil cumprem hoje (11) 12 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão contra acusados de integrar uma organização criminosa especializada em roubo de cargas no estado, principalmente laticínios e carnes. O grupo seria responsável por roubos de cargas transportadas por caminhões, na região serrana e na Baixada Fluminense.
A ação conta com apoio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Até o momento, 10 pessoas foram presas e farto material apreendido.
As investigações começaram em março, depois do roubo de uma carga de leite na BR-040, em um acesso ao distrito de Itaipava, em Petrópolis, na região serrana.
A partir daí, a Delegacia de Itaipava (106ª DP) descobriu que a quadrilha praticou pelo menos 13 roubos à mão armada, no período entre julho de 2019 e agosto deste ano, que causaram o prejuízo total de R$ 2,05 milhões para os proprietários.
De acordo com o MPRJ, a organização criminosa tinha quatro núcleos: um setor responsável por executar os roubos, outro por fornecer os veículos para os atos criminosos, um para dar destinação aos caminhões e outro responsável pela guarda e destinação da carga roubada.
Mandados de prisão
Foram expedidos mandados de prisão contra Paulo Francisco Gomes e José Francisco Gomes, Waldemir Santos Moreira, Marcelo Roberto da Silva Rodrigues, Sandro Alex Muguet Cunha, Yago Barreto de Paula, Ozias Firmino do Nascimento Júnior, Alessandro Paula de Farias, Valmir Pereira, Max Douglas Ramos Rodrigues e Cleiton João da Silva. Patricia Teixeira dos Santos, companheira de Paulo, foi apontada como a responsável por escolher administrar o galpão utilizado para guardar o que foi roubado.
"...Adailton de Souza Fernandes e Gildásio Alves Andreza eram responsáveis por fornecer os veículos para a prática, enquanto Mauricio Luis Rodrigues tinha como função vender as peças dos caminhões e cargas roubadas. Embora tenham sido pedidos, os mandados destes três não foram expedidos", informou o MP.
A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio da 106ª DP (Itaipava), realiza nesta sexta-feira (11/09) a Operação Lacto, para desarticular uma organização criminosa especializada em roubo de grandes cargas, principalmente de laticínios e carnes, na Região Serrana e Baixada Fluminense. A ação conta com apoio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Até o momento, 10 pessoas foram presas e farto material apreendido.
Equipes da unidade estão nas ruas desde cedo para cumprir 12 mandados de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão, além de três medidas cautelares diversas da prisão, no bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste da capital, e nos municípios de São João da Barra, no noroeste do estado, Belford Roxo, Duque de Caxias, Magé e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
A investigação teve início em março deste ano, após um roubo praticado na BR-040, no trevo de acesso à Itaipava, em Petrópolis. Na ocasião, foram roubados o caminhão, avaliado em R$ 80 mil, e uma carga de leite, de cerca de R$ 18 mil.
A apuração constatou a existência de uma organização criminosa estruturalmente caracterizada pela divisão de tarefas entre seus integrantes, que age há cerca de cinco anos. Ficou comprovada ainda a participação do bando em pelo menos 14 roubos de carga, gerando um prejuízo de mais de R$ 2 milhões às empresas. Durante a investigação, três dos 16 indiciados foram presos em flagrante, sendo dois deles por roubo de carga e um por roubo a banco.
De acordo com o delegado João Valentim, titular da 106ª DP, com base em investigação pautada em ações de inteligência foi possível identificar a estrutura da organização criminosa.
"Realizamos inúmeras ações de inteligência que nos permitiram identificar que a organização criminosa era constituída por quatro núcleos, cada um com uma função específica. Eles se dividiam entre os que forneciam os veículos para os roubos, os que executavam os roubos, os que davam destinação aos caminhões e os que davam destinação às cargas roubadas. Todos foram identificados e tiveram as prisões expedidas.", explicou.