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Para presidente da CBA, autódromo no Rio de Janeiro é investimento viável

Apesar da expectativa, Waldner Bernardo afirmou que entidade não recebeu nenhum documento oficial sobre o projeto

Por Gabriel Gontijo em 23/06/2018 às 20:47:16

(FOTO: Divulgação / CBA)

Opresidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Waldner Bernardo, falou com exclusividade ao Portal Eu, Rio! sobre o projeto entregue à Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro da construção de um autódromo em Deodoro, na Zona Oeste carioca. O terreno foi cedido pelo Exército Brasileiro após a completa retirada de artefatos bélicos não detonados, como minas.

De acordo com Bernardo, a CBA torce para que o projeto seja viabilizado, mesmo com o atual momento econômico ruim que atinge a capital fluminense.

Embora conste que todo o investimento (calculado em R$ 850 milhões de reais) seja integralmente bancado pela iniciativa privada, o mandatário acredita que parte do dinheiro deva vir do poder público: "A gente entende que o momento político e econômico que o Rio vive não é dos melhores. E a gente sabe que um projeto dessa envergadura, apesar de ter uma grande participação do poder privado, tem alguma contrapartida do Estado. Isso é um dos fatores que mais atrapalham o andamento desse projeto.

Embora reconheça o mau momento do Rio, ele afirma ser possível investir na construção do autódromo e esperar por um bom retorno financeiro com a concretização do projeto. Ele cita como exemplo de investimento positivo a etapa da Copa Truck em Caruaru (PE) e o Rali de Erechim (RS).

"Em Caruaru, uma cidade no interior de Pernambuco, quando acontece a etapa da Copa Truck no local, incrementa-se em um único fim de semana mais de R$ 6 milhões dentro da cidade, além da geração de empregos, arrecadação de tributos e a divulgação da cidade com os meios de transmissão. Só pra se ter ideia, é proporcionalmente maior que a centenária Festa de São João. Se você pegar os 30 dias de festa e dividir pelo incremento que gera na economia local, a etapa da Copa Truck é maior que o São João. Outro exemplo é o Rali de Erechim, que incrementa na economia da cidade R$ 17 milhões em apenas um fim de semana", revelou.

Waldner Bernardo também falou que outras categorias do automobilismo, como Stock Car e o Brasileiro de Endurance, deixam um legado econômico na cidade onde uma etapa é realizada, dizendo que a estrutura envolvida é bem ampla e possibilita a geração de diversos serviços, como a rede hoteleira.

Apesar da opinião favorável, o presidente afirmou que, até o momento, a CBA não recebeu nenhum tipo de informação oficial sobre o projeto, ficando sabendo apenas o que já foi divulgado pela imprensa. Ele disse que tem tido contato frequente com a Federação de Automobilismo do Estado do Rio de Janeiro sobre a situação do terreno em Deodoro, mas enfatizou que não recebeu nenhum tipo de documento que explique detalhadamente como seria o autódromo.

Em relação à escolha da área, Waldner Bernardo alega que é necessário ter um estudo de logística sobre a viabilidade, acesso e proximidade. Mas citou que alguns dos autódromos já existentes no Brasil foram construídos em áreas mais afastadas e houve um desenvolvimento urbano ao redor da área, citando o antigo autódromo de Jacarepaguá como exemplo.

"Isso é um investimento a longo prazo. O fato de termos uma obra desse tamanho para ser usado nas décadas seguintes com certeza se transformará em uma área mais viável", disse.

O projeto é de um traçado com 5.386 metros e 20 curvas, com o desenho feito pelo projetista alemão Hermann Tilke. Além da pista, está prevista a construção de um kartódromo.

A Prefeitura tem de 40 a 60 dias para publicar um edital e esperar os interessados numa concorrência. Depois de mais 60 dias, os interessados deverão apresentar suas propostas e, após outros 15 dias, sairá o vencedor da concorrência. O ganhador terá que captar investidores sem utilizar dinheiro público.

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