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Virou gringo!

Do futebol amador à Copa do Mundo

Naturalizado polonês, Thiago Cionek disputa a sua primeira Copa pelo país


(FOTO: ASCOM / Seleção Polonesa de Futebol)

O zagueiro Thiago Cionek, de 32 anos, assim como muitos outros atletas brasileiros, é mais um a sair do Brasil, desconhecido, para se firmar no futebol internacional. Natural de Curitiba, o jogador é bisneto de poloneses, que imigraram no século passado. E é justamente na Polônia que ele se firmou no Velho Continente. Chegou ao país em 2008, para defender o modesto Jagiellonia Bialystok, recém-promovido à Série A, na época, vindo do CRB de Alagoas. Atuou pelo clube até 2012, conquistando a Copa da Polônia em 2010. Atualmente joga no SPAL, da Itália, onde também já passou por Padova, Modena e Palermo.

Para quem pouco ou não o conhecia, Thiago tratou de se apresentar e mostrar seu currículo.

"Comecei jogando no Vila Hauer, em Curitiba. Naquela época, é claro que a gente não imaginaria como a carreira poderia se desenrolar e que a gente chegaria perto de disputar uma Copa do Mundo.O objetivo naquela época era só chegar ao profissional, que já é muito difícil, visto que eu não participava de nenhum dos três times grandes da capital. Eu estava jogando no futebol amador. Mas o futebol proporciona essas coisas. A gente vai superando um obstáculo de cada vez, e agora estamos perto de realizar esse sonho. Eu, que venho de família de origem polonesa, assim como muitos curitibanos, estou podendo voltar às minhas origens, voltando na história, que 100 anos atrás os descendentes foram para o Brasil, e agora eu voltei do Brasil para a Polônia. Atualmente jogo na Itália, mas joguei no futebol polonês por alguns anos e agora estou disputando uma Copa do Mundo.Então, realmente é uma história que o futebol proporciona, e fico feliz de fazer parte dela. Claro que a expectativa é muito grande", disse.

Se tornar oficialmente um cidadão polonês não foi fácil, mas com a ajuda de torcedores do Jagiellonia Bialystok, que enviaram um abaixo-assinado ao governo solicitando que o jogador tivesse sua naturalização aprovada, Thiago conseguiu.

"Em 2008, eu ainda tinha 21 anos e fui para a Polônia. Foram quatro anos no Jagiellonia Bialystok e todo mundo sabia da minha história, que eu buscava a cidadania polonesa, uma questão de família. Eu comecei a buscar informações quando cheguei. Em 2010, não tinha posição alguma sobre a minha documentação, e minha equipe estava muito bem, ganhamos a Copa da Polônia. O clube mobilizou a torcida, que sabia da minha história, e fizeram um abaixo-assinado para me ajudar. O pedido foi enviado para o presidente, que ficou sensibilizado com a minha história. Depois disso foi muito rápido e consegui obter a cidadania polonesa", revelou.

Confirmado como um dos 23 jogadores que representam a Polônia na Copa do Mundo, o zagueiro contou como foi o início de sua trajetória na seleção do país.

"A minha primeira convocação para a Seleção da Polônia foi em maio de 2014. Na época, defendia o Modena, da Itália, e tive a oportunidade de estrear em um amistoso antes da Copa do Mundo, contra a Alemanha. Depois deste jogo, fui lembrado para todas as convocações. São quatro anos defendendo a Polônia. Nesse período, tive o privilégio de disputar a Eurocopa e as Eliminatórias. A Polônia me deu tudo na minha carreira, representar o país é muito mais do que ser apenas naturalizado e jogar por outra seleção. Existe uma pressão muito grande em cima da equipe por uma boa campanha na Copa do Mundo", disse.

Juntamente com Colômbia, Japão e Senegal, a Polônia faz parte do Grupo H. Thiago vê equilíbrio entre as seleções e não quis colocar uma meta para sua equipe. O pensamento polonês é jogo a jogo.

"A Polônia vem melhorando a cada ano, obtendo resultados expressivos e conquistando a confiança da torcida. Temos um grupo equilibrado nesta Copa do Mundo. Fizemos excelente campanha na Eurocopa, fomos eliminados sem perder um jogo, caímos nos pênaltis para Portugal. Nas Eliminatórias, também fomos bem. Nosso grupo é um dos mais difíceis deste Mundial. A Colômbia tem muito potencial. Japão é um futebol diferente, que tentaremos nos adaptar. Senegal é uma equipe africana em que quase todos os jogadores atuam na Europa. Cada Seleção possui jogadores extraordinários, como o Falcão Garcia, James Rodriguez, Mané, Kagawa e outros que são protagonistas em seus clubes na Europa. Nós não colocamos meta e limite para a nossa seleção nesta Copa do Mundo. Vamos pensar jogo a jogo", explica.

Tendo atuado pouco no Brasil, Cionek revelou o interesse de clubes brasileiros em seu futebol e que a ideia de retornar ao país vem lhe agradando.

"Recentemente alguns clubes me procuraram. Essa ideia vem me encantando. Tenho essa vontade de jogar a Série A no país em que nasci, é uma oportunidade real e pode ser que aconteça. Nunca tinha pensado na ideia de voltar para o Brasil, porque desde novo fiz minha carreira na Europa. Atuar pela Polônia vem dando muita projeção para minha carreira", conta o jogador.

Um dos clubes que procurou Thiago Cionek no início da temporada foi o Atlético Paranaense. E a informação é que o Furacão não desistiu da contratação, que pode ocorrer após a Copa do Mundo. A equipe paranaense já acertou as bases salariais com o defensor e busca a liberação do mesmo na Itália, disse.

Vale lembrar que Cionek não é o único brasileiro que jogará a Copa de 2018 por outra seleção. São os casos de Diego Costa e Rodrigo Moreno (Espanha), Mário Fernandes (Rússia) e Pepe (Portugal). Também terão atletas nascidos em outros países que poderiam jogar pelo Brasil, pois são filhos de pais brasileiros e possuem a cidadania, mas optaram por seus países de origem. São os casos de Thiago Alcântara (Espanha), Giovani e Jonathan Dos Santos (México), Bruno Alves (Portugal) e Celso Borges (Costa Rica).

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