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Rio teve a menor cobertura das vacinações

Campanha de vacinação não cumpre a meta

Por Cristina Ramos em 24/08/2018 às 09:47:43

A campanha termina dia 31 de agosto (Foto Pixabay)

Pelo menos 11,2 milhões de crianças de um a cinco anos do país precisam buscar os postos de saúde para receber a vacina contra o sarampo e a poliomielite, ainda neste mês de agosto. O prazo para o término da campanha é dia 31 de agosto. A meta do Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 95% das 11,2 milhões de crianças e criar uma barreira sanitária de proteção à população brasileira.

Os estados brasileiros que apresentam melhor cobertura vacinal neste momento contra pólio e sarampo são Rondônia, com 85,03% para a pólio e 83,45% para o sarampo, seguido por Amapá com 76,15% pólio e 75,96% sarampo. Entre as coberturas mais baixas destacam-se Rio de Janeiro, com 29,49% do público-alvo vacinado para pólio e 31,33% para sarampo, e Pará, que tem 33,60% pólio e 33,59% sarampo. 

O ministro da saúde, Gilberto Occhi, declara que os pais e responsáveis precisam levar aos postos de saúde as crianças que ainda não foram vacinadas nesta campanha, independente da situação vacinal anterior. “O esforço do país é impedir que doenças já eliminadas não retornem ao Brasil. Esse é um trabalho de toda a sociedade”.

Surto em todo o país

Recentes dados divulgados pelo Ministério da Saúde atualizam as informações das secretarias estaduais de saúde sobre a situação do sarampo no Brasil. Atualmente, o país enfrenta dois surtos da doença - em Roraima e Amazonas. Até o dia 21 de agosto foram confirmados 1.087 casos de sarampo no Amazonas e 6.693 permanecem em investigação. Já o estado de Roraima confirmou 300 casos da doença e 67 continuam em investigação. Entre os confirmados, nove casos foram atendidos no Brasil e estão recebendo tratamento, mas residem na Venezuela.

Os surtos estão relacionados à importação, porque o genótipo do vírus (D8) que está circulando no país é o mesmo que circula na Venezuela, país que enfrenta um surto da doença desde 2017.  Casos isolados relacionados à importação foram identificados em São Paulo (1), Rio de Janeiro (14), Rio Grande do Sul (13), Rondônia (1) e Pará (2).

Para a cobertura do sarampo todas as crianças devem receber uma dose da vacina tríplice viral, independente da situação vacinal. Para a poliomielite, as crianças que ainda não tomaram nenhuma dose da vacina serão vacinadas com a Vacina Inativada Poliomielite (VIP). As crianças que já tiverem tomado uma ou mais doses receberão a gotinha (Vacina Oral Poliomielite - VOP). A exceção é para as que tenham sido vacinadas nos últimos trinta dias, que não necessitam de uma nova dose.

Falta de incentivo do Estado

De acordo com o pesquisador do Instituto de Saúde Coletiva da UFRJ, Dr Paulo Marcos Souza, “a vacinação deveria ter uma divulgação rotineira e não somente em época de campanha. Deveria haver mais informação e mobilização do Estado nas comunidades, entre os líderes comunitários, nas igrejas, com as mães, com a família. Uma divulgação através de campanhas públicas na TV, na tela do computador, nas escolas, nos postos de saúde. É tudo uma questão cultural”. Em países avançados como a Suíça e a França, a criança porta um ‘passaporte’, que é um documento de identificação. Nele há o carimbo de controle da vacinação.

Dr Paulo relata que “ganhamos expectativa de vida quando a população se cuidou, se vacina. Sou médico há 48 anos e o que se vê são doenças evitáveis voltando - a febre amarela que estava erradicada no Brasil em 2014; a paralisia infantil, a caxumba”. O sarampo e a gripe são doenças simples, mas matam, principalmente crianças, idosos, mulheres grávidas e populações vulneráveis, como os pacientes com câncer e doenças que envolvam drogas imunossupressoras.

Segundo o infectologista e gerente médico do Laboratório Sérgio Franco, Dr Alberto Chebabo, estamos em período de influenza até o final de outubro. As pessoas não dão a importância que a vacina da gripe tem. Um terço das mortes por influenza fora da faixa etária poderia ser evitado, embora a gripe ocorra mais em idosos e em crianças menores de cinco anos.

O Ministério da Saúde oferta todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao todo, são 19 para combater mais de 20 doenças, em todas as faixas etárias. Por ano, são cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos distribuídos em todo o país.

 

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