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Embate com Bolsonaro impulsiona Marina nas redes sociais

Desigualdade salarial entre homens e mulheres domina pauta

Por Cezar Faccioli em 24/08/2018 às 21:35:23

Reprodução de TV

O embate de Marina Silva (Rede Sustentabilidade) e Jair Bolsonaro (PSL) em torno da desigualdade salarial entre homens e mulheres, durante debate da Rede TV!, impulsionou aumento de cerca 126% nas menções à candidata da Rede, alcançando o mesmo nível de participação de Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB). É o dado que se destaca na mais recente edição (23/8) do DAPP Report, relatório semanal do Departamento de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP/FGV) sobre a repercussão da campanha nas principais redes sociais.

Foi a primeira vez que a candidata da Rede apresentou notável impulso de presença nas discussões eleitorais nas redes sociais — e sob forte impacto de discussões sobre gênero e religião. Marina, que até então apresentava baixos volumes de engajamento no Facebook e de menções no Twitter, atingiu novo patamar em ambas as redes, mobilizando mais seguidores e engajando volume muito maior de referências. Antes dos dois debates já televisionados, Marina raramente obtinha mais de 10 mil citações no Twitter por dia, e desde o confronto com o deputado federal passou a dobrar esse volume.

Fora dos dois primeiros debates (Band e Rede TV!) por estar preso na sede da Polícia Federal em Curitiba e tendo perdido recursos judiciais para permitir sua presença, Lula voltou a encostar em Bolsonaro quanto à presença no Twitter, após semanas de queda no volume de referências. Contribuíram com o fortalecimento do petista as mais recentes pesquisas eleitorais (Ibope, Datafolha, CNT, XP/Ipespe) apontando melhora nas intenções de voto.

Pesou também a recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU de que a Justiça brasileira permita a Lula se candidatar à Presidência. Os dois assuntos, de expressiva repercussão espontânea, foram explorados na forte campanha de divulgação, por perfis partidários e de militância, de publicações críticas à ausência da chapa do PT na Rede TV!.

Próximos nas pesquisas de opinião, Ciro e Alckmin tiveram performance parecida no Twitter desde a última sexta (17), inclusive quanto aos temas de que mais participam nas discussões. No Facebook,contudo, Ciro já consegue atrair mais engajamentos que Alckmin. Guilherme Boulos (PSOL), menos citado que ambos no Twitter, têm conseguido mais engajamentos se destacar regularmente durante participações na TV.

Outro ausente do debate na Rede TV!, João Amoêdo persiste com volume médio de menções por dia superior a 15 mil no Twitter , e expressivo número de interações obtidas no Facebook, semelhante ao de Lula (quase 1,7 milhão de interações), embora faça menos postagens que o ex-presidente. Amoêdo é o segundo candidato com mais interações no Facebook (1,66 milhão nos sete dias analisados), atrás apenas de Lula (1,69 milhão) e superando Bolsonaro (1,3 milhão).

Marina e Bolsonaro polarizam disputa entre evangélicos

Disputa sobre quem melhor representaria os interesses dos evangélicos faz com que questão religiosa esteja em 8,4% das menções a Bolsonaro e em 27,9% das menções a Marina. Quando a ênfase das publicações é a postura mais “agressiva” da candidata da Rede, o saldo do confronto parece negativo para Bolsonaro. Mas quando a abordagem destaca o aspecto religioso, o candidato é elogiado.

Nas publicações associadas à candidata, por exemplo, convivem críticas à sua posição sobre o aborto, que a afastaria, segundo alguns usuários, dos valores cristãos, e elogios pela defesa de um Estado laico.As críticas de religiosos influentes como o pastor Silas Malafaia a Marina Silva pesaram a favor do ex-capitão do Exército. Mesmo com isso, e o pico de menções registrado no sábado (18), Bolsonaro tem queda de 8,7% em volume de citações na comparação com o último Report.

Marina saiu em vantagem no debate econômico. A sabatina da Rede TV! motivou a

alta repercussão nas redes da desigualdade de salários entre homens e mulheres. Esses também foram os temas mais associados ao embate entre os candidatos Jair Bolsonaro, que segue como o mais citado no debate econômico, e Marina Silva, na sexta posição.

Mais citado nem sempre é propriamente uma vantagem, embora quase um terço das postagens do candidato do PSL estivesse relacionado à mesma temática, sendo que a maior parte delas repercutiu um tuíte viral criticando a falta de conhecimento de Bolsonaro em economia. Em menor proporção, constavam, no debate sobre a desigualdade de salários, mensagens gerais de apoio e à resposta em que o ex-capitão critica Marina pela falta de posição dela quanto ao aborto e à legalização das drogas.

O momento favorável a Lula se reflete nas Top 3, as notícias sobre cada um dos presidenciáveis com maior engajamento no Twitter e no Facebook, entre 16 e 22 de agosto. A primeira aborda o apoio da ONU ao direito de Lula se candidatar (165,9 mil interações); a segunda um levantamento do patrimônio da família Bolsonaro (161 mil) e a terceira uma pesquisa de intenção de votos realizado pelo Ibope (135,8 mil).

O Mapa de Interações sobre presidenciáveis e as eleições, com 3.075.687 retuítes, revelam um grupo formado por 54,4% dos perfis engajados no debate. Mais numeroso do levantamento, o grupo, percentualmente próximo ao de eleitores que declaram rejeição ao candidato do PSL, não manifesta preferência por um candidato específico. Seu fator de união é a crítica a Bolsonaro a seus apoiadores. muitas vezes recorrendo a memes e postagens irônicas.


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