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Na conta da prevenção

Vacina de Oxford demanda mais R$ 2 bi para cobertura total, alerta Fiocruz

Verba inicial de R$ 3,6 bi garantiu 100 milhões de doses, mas Brasil precisa de mais 110 milhões de julho em diante


A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, lembrou que o vírus continuará circulando no mundo, como ocorre com outros vírus, e por isso é preciso desenvolver vacinas eficazes e seguras Foto Agência Câma



A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai precisar de R$ 2 bilhões em recursos adicionais para cumprir o cronograma da vacina contra o coronavírus desenvolvida em conjunto com a Universidade de Oxford, na Inglaterra, e a farmacêutica AstraZeneca. A previsão é que as primeiras 30 milhões de doses sejam entregues em fevereiro de 2021 e mais 70 milhões de março a julho.

Em reunião da Comissão Externa da Câmara que avalia as ações contra a Covid-19 nesta quarta-feira (2/11), a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, disse que já foram destinados à instituição R$ 3,6 bilhões, que asseguraram as primeiras 100 milhões de doses e financiaram também a produção de 11, 7 milhões de testes moleculares para a detecção do vírus, entre outras ações.

Além dos recursos já liberados, os deputados analisam a medida provisória MP 994/20, que abre crédito extraordinário de R$ 1,995 bilhão para custear o contrato de produção da vacina. Ainda assim, falta dinheiro para mais 110 milhões de doses da vacina, que seriam produzidas ao longo do segundo semestre de 2021. Durante a audiência, Nísia Trindade Lima enfatizou a importância de garantir a vigilância futura da doença.

"Como todos os epidemiologistas, os infectologistas e virologistas do Brasil e do mundo vêm apontando, nós teremos a continuidade de circulação desse vírus; conviveremos, portanto, com ele, como ocorre com outros vírus, ainda que tenhamos – e essa é realmente uma boa notícia que vem da ciência – a possibilidade de vacinas eficazes e seguras", disse.

Ouça a reportagem da Rádio Câmara sobre a preparação da vacina e o debate da Comissão Exteena da Câmara dos Deputados sobre a Covid-19 e os gastos oficiais no podcast da Rádio Eu, Rio! (eurio.com.br)


Eficácia comprovada da Oxford/AstraZeneca é de 70%, e segurança chega a 100%

Sobre a eficácia da vacina, o vice-presidente da Fiocruz, Marco Krieger, apresentou os dados clínicos das várias fases da pesquisa. Os estudos continuam, mas já chegou a um índice médio de 70% de proteção contra o vírus e 100% de ausência de casos graves entre os voluntários que receberam a vacina. Krieger estima que a submissão formal do registro à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seja feita em janeiro.

"O Brasil está entre os 10 países que vão ter mais vacinas disponíveis num primeiro momento. Essa vacina tem muitas vantagens: uma termoestabilidade que permite que ela seja disponibilizada pelo programa Nacional de Imunização na cadeia de armazenamento e transporte que já existe, além de um quantitativo que permite que a gente faça o atendimento de boa parte da população alvo", afirmou.

Deputados que participaram do debate se mostraram preocupados com a questão orçamentária. Eles lembraram que há dois projetos (PL 4078/20 e PLP 226/20) que estendem até o final de 2021 a possibilidade de transferência de recursos da União para ações de combate ao coronavírus. Assinaturas estão sendo recolhidas para a apresentação de uma proposta de emenda à Constituição com o mesmo teor.


Relatora da Comissão Externa da Câmara, a deputada Carmen Zanotto chama atenção para a logística e a infraestrutura para a imunização, e alerta que País "não pode errar em 2021" Foto Agência Câmara

Os parlamentares também ficaram com dúvidas sobre a estratégia divulgada pelo governo federal para a vacinação contra a Covid-19. Para a relatora da comissão externa, deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), é preciso ter atenção com a logística e a infraestrutura para a imunização.

"Nós não podemos errar em 2021, porque nós temos as vacinas de rotina e mais a vacina do Covid-19 no maior quantitativo possível com vacinas com segurança e eficácia."

Coordenação central é essencial, alerta Conselho Nacional de Secretarias de Saúde

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação, Jurandir Frutuoso, afirmou que, além de orçamento adequado e da garantia da vacina para toda a população, é preciso ter uma coordenação central para o combate ao coronavírus.

"Não podemos novamente ficar cada um com a sua estratégia individualizada e muitas vezes até equivocada e não concentrarmos uma ação forte, onde o pensamento construído coletivamente dentro de uma pactuação possa ser o condutor e o carro-chefe da nossa reação para o próximo ano. "

O representante do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Willames Freire, acrescentou outras preocupações, como a preparação dos novos prefeitos para organizar os sistemas locais de saúde e a adoção de uma logística que não ameace a eficácia da vacina.


Agência Câmara de Notícias

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