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Presos membros de bando que movimentava R$ 1 milhão/mês vendendo veículos roubados

Quadrilha era dividida entre compradores, “esquentadores" de documentos e negociadores dos carros

Por Portal Eu, Rio! em 19/12/2020 às 12:48:35

Veículos roubados. Foto: Reprodução TV Record MG

A Secretaria de Polícia Civil (Sepol), por meio da 32ª DP (Taquara) e com apoio de agentes da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, realizou, neste sábado (19/12), a "Operação Beta", para cumprir 12 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão. A ação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa que movimenta aproximadamente, R$ 1 milhão por mês vendendo veículos produtos de crime nos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.

Ao longo das investigações, a Polícia Civil descobriu que os criminosos conseguiam retirar do sistema o status de roubo dos veículos. Com uma nova documentação, os automóveis eram revendidos.

“Os carros roubados no Rio de Janeiro eram levados para dentro das favelas, como Cidade de Deus e outras no Complexo da Maré. De lá, essa quadrilha pegava os veículos. Pagava cerca de R$10 mil aos traficantes. Esses veículos eram levados para Minas Gerais, onde um despachante que tinha contato no Detran de lá, conseguia retirar o gravame de roubo. Uma nova documentação era preparada e os carros eram revendidos para clientes interessados, em Minas e em São Paulo”, disse o delegado Alessandro Petralanda, que coordenou a investigação.

Um dos alvos da polícia, identificado como Artur Laureano, vive numa mansão em Itaipava, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Na garagem, carros importados foram encontrados. Tudo foi apreendido, mas Laureano continuou foragido.

Foram presos nas primeiras horas da operação João Paulo Pinto, Adriano Aparecido Guimarães, Deivid Medas de Oliveira, Antônio Flávio e Renato Jardim Rodrigues, o Lambari.

A polícia destacou que, na casa de Deivid, foram apreendidos cerca de R$ 40 mil em espécie e diversos cheques. Já na casa de Antônio, foi apreendido um jet ski.

De acordo com as interceptações telefônicas realizadas ao longo da investigação, João Paulo Pinto se passava por um policial civil. Com o falso policial foi apreendido um Porsche Cayenne, avaliado em cerca de R$130 mil. Ele é responsável por conseguir os carros roubados para depois vender.

Os alvos da operação estão sendo denunciados por organização criminosa, receptação, estelionato, falsificação de documento público, porte ilegal de arma de fogo e lavagem de dinheiro.

A quadrilha é composta por núcleos, sendo um deles responsável pela aquisição desses veículos produtos de crime, o outro por “esquentar” a documentação deles, ou seja, fazer parecer um veículo legalizado, e o último por negociar esses carros com as vítimas, que pensam estar adquirindo um bem legal.

As investigações apontam também que dois criminosos que estão em Minas Gerais têm papéis importantes na estrutura da quadrilha, sendo um deles um despachante responsável por "esquentar" os veículos roubados para o grupo, e o segundo por fazer a negociação desses veículos na sua região.

Segundo os agentes, os criminosos foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, receptação, estelionato, falsificação de documento público, porte ilegal de arma de fogo e lavagem de dinheiro. As investigações tiveram início há cerca de dois meses, após monitoramento de ladrões de veículos da Cidade de Deus.

A desarticulação da associação criminosa irá impactar positivamente nos índices de roubo na região de Jacarepaguá.

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