O presidente Jair Bolsonaro questionou a veracidade da tortura à qual a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi submetida durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985). Em conversa com apoiadores ontem (28), Bolsonaro ironizou os relatos de Dilma sobre o período em que foi presa, em 1970. O atual chefe do Planalto disse que aguardava um raio-X da ex-presidente para provar que ela teve a mandíbula fraturada.
“Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio-X para a gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio-X”, afirmou.
A declaração motivou reação de outros ex-presidentes. Nas redes sociais, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula (PT) manifestaram apoio a Dilma.
FHC expressou solidariedade à ex-presidente e afirmou que “brincar com a tortura dela –ou de qualquer outra pessoa– é inaceitável”. Disse ainda que a atitude de Jair Bolsonaro “passa dos limites”.
Em sua postagem, Lula criticou a fala do atual chefe do Planalto e disse que “o Brasil perde um pouco de sua humanidade a cada vez que Jair Bolsonaro abre a boca”.
Em nota, Dilma Rousseff afirma que Bolsonaro tem uma “índole de torturador” e que seu comportamento revela falta de empatia por seres humanos.
“A cada manifestação pública como esta, Bolsonaro se revela exatamente como é: um indivíduo que não sente qualquer empatia por seres humanos, a não ser aqueles que utiliza para seus propósitos. Bolsonaro não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela covid-19 que, aliás, se recusa a combater. A visão de mundo fascista está evidente na celebração da violência, na defesa da ditadura militar e da destruição dos que a ela se opuseram”, escreveu.