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Líder sem Lula no páreo, Bolsonaro vê rejeição a seu nome bater 61%

Ex-capitão terá só 11 segundos por bloco para se defender de ataques rivais.

Por Cezar Faccioli em 31/08/2018 às 13:44:39

Com o PT fora, Bolsonaro se torna o alvo principal dos demais postulantes. Foto: TV Globo/Reprodução

O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, terá o menor tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão entre os favoritos na disputa da Presidência da República, apenas 11 segundos por bloco. Líder nas sondagens de intenção de voto, com 20% a 23% das preferências, nos cenários em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fica fora do pleito, Bolsonaro manteve essa condição na 15ª rodada da pesquisa XP Investimentos/Ipespe. O levantamento revela, contudo, o aumento da rejeição ao ex-capitão para 61%.

O começo do horário eleitoral gratuito, nesta sexta-feira, 31 de agosto, confirmou a tendência esboçada nos dois primeiros debates: com o PT fora, Bolsonaro se torna o alvo principal dos demais postulantes, em busca de uma vaga no segundo turno. Dona do maior tempo, a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) no rádio procurou associar a imagem do ex-governador de São Paulo a planejamento, trabalho e moderação. A menção ao rival do PSL era indireta, talvez para prevenir a concessão de direito de resposta, mas de fácil compreensão: logo após o ruído de uma arma sendo engatilhada, num momento de irritação das pessoas comuns representadas no anúncio, o locutor advertia que 'não é na bala' que se resolve problemas.

O porte de armas para todos os 'cidadãos de bem' é um dos carros-chefes da campanha de Bolsonaro. Os anúncios de Alckmin ('Geraldo', nos spots) variavam de tema, de jingle, de ritmo. 'Não é na bala' era o elemento repetido nos 11min32s. Mesmo dispondo desse latifúndio de tempo para sua realização, a tarefa do candidato tucano não se afigura das mais simples.

Com Lula, preso há cinco meses e condenado na segunda instância, fora do páreo, cenário mais provável, Bolsonaro abre sua maior vantagem, de dez pontos percentuais, sobre o segundo colocado. Ou colocada, para ser exato, Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, com 13%. Antes de desafiar diretamente o ex-capitão, Alckmin terá que deixar o empate técnico ante Marina, Ciro Gomes, do PDT (9%), Fernando Haddad, do PT (6%) e mesmo, no limite da margem de erro (3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo), com Álvaro Dias, do Podemos (4%) e João Amoêdo, do Novo (4%).

Ex-prefeito de São Paulo que deixou o posto com aprovação superior a 40%, mas derrotado no primeiro turno pelo tucano João Dória, Haddad sobe para 13% no cenário em que seu nome é apresentado com o apoio de Lula. Nesse quadro, sua diferença para o líder, Bolsonaro, cai de 17 para oito pontos percentuais, menos da metade. Os anúncios do PT no horário eleitoral gratuito do rádio, em que a campanha presidencial começou nesta sexta, um dia antes do início na TV, levam muito em conta esse fator. Lula é a estrela dos anúncios, os resultados de seu governo são exaltados, chega a lembrar uma campanha de reeleição. Só que a última palavra, nos primeiros spots, coube a Haddad, vice e substituto de Lula na hipótese de o registro de Lula ser negado pelo Tribunal Superior Eleitoral no julgamento desta sexta.



 

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