Uma Força-Tarefa da Polícia Civil de combate às milícias, por meio das unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Delegacia de Repressão às Organizações Criminosas e Inquéritos Especiais (Draco), desencadearam, uma operação contra o braço financeiro da milícia que atua na Gardênia Azul, em Jacarepaguá, na Zona Oeste da capital, e em outras regiões do Rio. Quinze pessoas foram presas.
A ação teve como objetivo prender milicianos, asfixiar as fontes de renda e interromper comércios e serviços ilegais que geram grande lucro para a organização criminosa. Na operação, os agentes prenderam um dos principais integrantes da milícia que comanda a comunidade do Quitungo, em Brás de Pina. Contra o acusado foi cumprido um mandado de prisão temporária por homicídio. Durante a ação, os agentes também prenderam um "cobrador" da milícia.
Durante a operação, foi interditada uma construção irregular na Gardênia onde apartamentos eram negociados por R$ 120 mil. A polícia também fechou um ferro-velho onde cabos de telefonia roubados era armazenados; uma farmácia; uma uisqueria e duas lojas que vendiam roupas falsificadas. Foram apreendidos também dois provedores de internet.
Foto: Divulgação Polícia Civil
As investigações também revelaram que a milícia que comanda o Quitungo se aliou a traficantes de uma organização criminosa que já atuava em Vigário Geral, Parada de Lucas e Cidade Alta, formando o chamado "Complexo de Israel".
A região foi batizada por criminosos que se dizem evangélicos e proíbem a prática de religiões afro-brasileiras nas comunidades. O conjunto de favelas na Zona Norte passou a englobar uma comunidade dominada por paramilitares em 2021, após um acordo com milicianos que atuam no Quitungo, em Brás de Pina.
Entre os crimes investigados estão exploração de atividades ilegais controladas pela milícia; cobranças irregulares de taxas de segurança e de moradia; instalações de centrais clandestinas de TV a cabo e de internet (gatonet/gatointernet); armazenamento e comércio irregular de botijões de gás e água; parcelamento irregular de solo urbano; exploração e construções irregulares, areais e outros crimes ambientais; comercialização de produtos falsificados; contrabando; descaminho; transporte alternativo irregular; estabelecimentos comerciais explorados pela milícia e utilizados para lavagem de dinheiro, entre outras ilegalidades.
A ação teve como base investigações realizadas nas unidades da DGPE, como a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD); Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIm); Delegacia do Consumidor (Decon); Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA); Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e Divisão de Capturas da Polícia Interestadual (DC-Polinter), Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC); Delegacia de Roubos e Furtos (DRF); Delegacia Fazendária (Delfaz); Delegacia de Combate às Drogas (Dcod); e Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), com apoio de informações do Disque-Denúncia.