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Funcionária do Museu Nacional relata tristeza com o incêndio que atingiu o prédio histórico

Além de acervo histórico, estudos ligados à zoologia e vertebrados também foram atingidos com o fogo

Por Gabriel Gontijo e Marcelle Chagas em 02/09/2018 às 21:33:58

Foto: Jorge Hely

Quem trabalha no Museu Nacional, da UFRJ, comentou com tristeza o incêndio de grandes proporções que atingiu, neste domingo (2), o prédio histórico, que fica na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio

A cientista Thaiana Rodrigues trabalha no museu há mais de quatro anos e, atualmente, está em um projeto vinculado à UFRJ de Macaé, no Norte Fluminense, em parceria com museu. Em conversa exclusiva com o "Portal Eu, Rio!", ela revela que as chamas destruíram um trabalho de anos e grandes descobertas recentes.

"Recebi de um amigo as fotos do prédio pegando fogo e achei, inicialmente, que fosse fake news. Estou muito triste. No prédio do museu estão toda a parte de invertebrados, arqueologia, paleontologia e antropologia, entre outros. Muitos estudos são feitos no museu, principalmente pelos alunos da pós graduação. Lá na parte de cima do museu ficava, além do acervo, estudos da zoologia, principalmente de invertebrados. Sem falar nos laboratórios todos são lá em cima. Tem uma parte no subterrâneo que era onde a coleção ficava guardada Como lá tem armários anti-fogo, esperamos que parte do acervo que ficava nesse local tenha se salvado", comentou a cientista.

A assessoria de imprensa do Museu Nacional confirma perda de aproximadamente 20 milhões de peças.  Quem passava pela região de São Cristóvão também se surpreendeu com as chamas. Fernanda Amorim saía de uma visita no Hospital Quinta D'Or quando se deparou com o triste cenário.

"O incêndio começou depois que encerrou a visitação de hoje. Ouvi o barulho dos bombeiros e vi aquele fogo enorme com muita fumaça. As chamas eram muito altas e pelo que vi atingiu o prédio todo. É uma grande perda", afirmou Fernanda.

Em nota, a Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sobre o incêndio:

"A Reitoria da UFRJ acompanha o trabalho dos bombeiros, neste momento, no Museu Nacional. Segundo as primeiras informações, o incêndio teve início por volta das 19h30. Não há registro de vítimas. Servidores do Museu Nacional também estão no local para dar o suporte necessário ao trabalho dos bombeiros."

Trending Topics

O assunto também repercutiu muito no Twitter. Até as 22 horas, o assunto ocupou o primeiro lugar no Trending Topics com mais de 130 mil tweets. Além disso, diversos internautas também lamentaram o ocorrido no Facebook. Veja abaixo algumas publicações.



Em maio, o local completou 200 anos de história com o prédio tendo diversos problemas estruturais. Apesar disso, já existiam algumas reformas em andamento, mesmo com todas as dificuldades de manutenção, de acordo com alguns funcionários.

O prédio, construído no século XVIII, pertencia ao comerciante português Elias Antônio Lopes. Com a chegada da Família Real Portuguesa, ele resolveu doar o local para D. João VI, que deixou de morar no Paço Imperial em 1810, mudando-se para a Quinta da Bovista e transformando a residência em moradia oficial do Príncipe Regente.

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