O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, indeferiu pedido do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para acesso às mensagens relacionadas a ele obtidas pela Operação Spoofing da Polícia Federal. A defesa de Cabral pediu a extensão da concessão feita por Lewandowski ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Operação Spoofing foi deflagrada pela Polícia Federal em 23 de julho de 2019. O objetivo é investigar as invasões às contas de Telegram de autoridades brasileiras e de pessoas relacionadas à operação Lava Jato.
No pedido, Cabral afirma que as mensagens trocadas entre o então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro (responsável pelos casos da Lava-Jato) e o procurador da República Deltan Dallagnol revelam possível combinação entre a acusação e o magistrado. Além disso, violam o sigilo dos autos de colaboração premiada entre os executivos da empreiteira Andrade Gutierrez e o Ministério Público Federal, que resultaram em condenações a mais de 60 anos de reclusão contra Cabral.
Ao indeferir o pedido, o ministro Lewandowski, relator do processo, alega que o ex-governador não demonstrou identidade entre sua situação processual e a de Lula, beneficiado originariamente pelo compartilhamento de mensagens.
Na decisão, o ministro também nega pedidos de acesso às mensagens da Operação Spoofing feitos por Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, e por Leonardo Guerra, ex-administrador da Rio Tibagi, subsidiária da concessionária de rodovias Econorte.