A Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro e Superintendência de Leitura e Conhecimento, em parceria com o Consulado Geral dos Estados Unidos, apresenta até o dia 1 de outubro, exposição itinerante sobre Martin Luther King na Biblioteca Parque Estadual. A mostra "Martin Luther King - Legado & Inspiração", que conta com 15 painéis do acervo do consulado americano, expõe a história de um dos maiores ativistas dos direitos civis dos negros. Com uma vida dedicada pelo fim da segregação racial, o ativista lutou à favor dos negros e fez ecoar sua voz pelo mundo o que rendeu o Prêmio Nobel da Paz de 1964.
A programação conta também com a exibição semanal dos filmes "Selma, uma luta pela igualdade", cinebiografia de Ava Du Vernay e "Duelo de Titãs". A mostra ficará em exposição de 29/09 a 01/10 de terça a sábado das 11h às 19h. Após esse período, Manguinhos e Rocinha poderão prestigiar a exposição, que será montada, respectivamente, nas duas comunidades.
No dia 28 de agosto de 1963, há 55 anos, a capital dos Estados Unidos, Washington, reunia mais de 200 mil americanos na marcha que exigia o fim do preconceito racial. Esse acontecimento foi onde Martin Luther King imortalizou sua frase no mais famoso discurso da história mundial: "Eu tenho um sonho!" (I have a dream) e que futuramente seria usada e adaptada por outros oradores em prol de diversas causas.
Muitas personalidades estavam presentes nesse discurso dando apoio e fortalecendo a causa de Luther King. A lista contou com líderes políticos, civis além de artistas e personalidades que também discursaram. Entre eles o Arcebispo de Washington, Cardeal Patrick O"Boyle, o escritor James Baldwin, astros de cinema como Sdney Poitier, Marlon Brando, Charlton Heston e Harrty Belafonte, líderes civis como Gordon Parks e ainda famosos cantores como Mahalia Jackson, Joan Baez e Bob Dylan.
Um história de luta e conquistas
Martin Luther King (1929-1968) nasceu em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos, no dia 15 de janeiro de 1929. Era filho e neto de pastores da Igreja Batista. Seguindo os passos da família, formou-se em Teologia na Universidade de Boston, em 1951 e, em 1954, na cidade de Montgomery, no Alabama, assumiu a função de pastor em uma igreja.
Mas desde cedo começou a se incomodar com a situação da segregação social e racial em que os negros dos Estados Unidos se submetiam, especificamente nos estados do Sul do país. Usando métodos pacíficos, iniciou sua luta pelos direitos civis dos negros norte-americanos, influenciado por Manhattan Gandhi e também na teoria da desobediência civil de Henry David Thoreau, linhas de pensamento e exemplos que também foram seguidas por Nelson Mandela na luta contra a Apartheid.
Alguns movimentos importantes deram início a luta pelos direitos dos negros como o protesto em agosto de 1955, de Rosa Parks, costureira negra detida e multada por ocupar um assento no ônibus que era exclusivo para pessoas brancas. Nessa época os negros só podiam sentar nos últimos lugares no ônibus. A repercussão do caso acabou culminando em um boicote aos ônibus urbanos liderado pelo Conselho Político Feminino no qual teve o apoio de Luther King. O protesto, que durou 382 dias, terminou quando a Suprema Corte norte-americana extinguiu a segregação racial nos ônibus de Maontgomery e esse se tornou o primeiro ato vitorioso nos Estados Unidos.
Esses movimentos despertaram a ira em algumas autoridades e também de grupos racistas como o Ku Klux Klan, que agrediam violentamente grupos ativistas e inclusive o próprio Luther King e em 1957 ele fundou a Conferencia da Liderança Cristã do Sul. Muitas campanhas foram organizadas pelos direitos civis dos negros e em 1960 teve mais uma vitória em sua luta, foi liberado o acesso dos negros em parques públicos, bibliotecas e lanchonetes.
Em 4 de abril de 1968, Luther King foi assassinado em Memphis, Tennessee, Estados Unidos. Após sua morte, representado pela esposa Coretta Scott King, continuou sendo reconhecido pela sua luta e, em 1977, em homenagem póstuma, ganhou a Medalha Presidencial da Liberdade. No ano de 2004, como prova que seu legado nunca morrerá, Martin Luther King foi o ganhador da Medalha de Ouro do Congresso Americano, pelos 50 anos da promulgação da histórica Lei dos Direitos Civis.
Reinauguração e nova estrutura oferece variedades para atrair o público.
A Biblioteca Parque Estadual foi reinaugurada há 3 meses e, desde então, registrou um aumento considerável no número de leitores. O ambiente conta com espaços para lazer, tecnologia e leitura e muitos atrativos para o público. Antes conhecida como Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro e Biblioteca Celso Kelly, é administrada pela organização social Instituto de Desenvolvimento e Gestão e conta com um acervo literário de cerca de 200.000 títulos. A parceria do Consulado Geral dos Estados Unidos com a Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro também resultou na doação de livros em inglês, enriquecendo ainda mais o acervo da biblioteca.
Biblioteca Parque Estadual
Av. Presidente Vargas, 1261
Horário: 10h às 18 h (segunda a sexta-feira)
Mais informações através do site: www.bibliotecaparque.rj.gov.rj/programação