A mostra Múltiplos Olhares-Mulheres Artistas nas Coleções Funarj marca a reabertura ao público do Museu do Ingá, realizada esta semana. A exposição reúne 150 obras de uma centena de mulheres artistas constantes nos acervos dos espaços da Funarj – além do Ingá (incluída aqui a Coleção Banerj), o Museu Antonio Parreiras, a Casa da Marquesa de Santos, o Museu Carmen Miranda e a Casa de Cultura Laura Alvim –, vindas de várias partes do Brasil e selecionadas por suas contribuições históricas à arte brasileira. A entrada é gratuita.
São trabalhos de diversas escolas e épocas, feitos em diferentes formatos e suportes, distribuídos em percursos temáticos unindo artes visuais e cultura popular, que incluem obras de Maria Graham, Lúcia Laguna e Rosana Paulino, assim como as de nomes fundamentais da arte no Brasil, como Tarsila do Amaral, Djanira e Anita Malfatti.
A curadoria colaborativa é de Ana Cavalcanti (Escola de Belas Artes/UFRJ), Ana Pessoa (Fundação Casa de Rui Barbosa) e Janaina Melo (Escola de Artes Visuais do Parque Lage), com concepção e coordenação geral de Douglas Fasolato, Coordenador de Museus da Funarj.
A exposição ficará em cartaz durante todo o ano de 2021 e contará com o apoio de exposições temporárias, realizadas simultaneamente à mostra principal, que promoverão importantes diálogos com outras artistas do próprio acervo e convidadas.
Destas, a primeira será a mostra em comemoração ao centenário de nascimento da gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, ceramista, escritora, teórica da arte e professora Fayga Ostrower, cujo acervo acaba de ser doado ao Museu do Ingá por seus filhos – Ana Leonnor (Noni) e Karl Ostrower. Desde 1977 a instituição abriga oficinas de formação (destacadamente, a de gravura) que ajudaram a difundir e valorizar a arte no estado e no Brasil.
Um resultado importante desse projeto foi a ampliação do acervo dos museus da Funarj, com doações de obras que reduzem ausências – como as das artistas Maria Pardos, Clara Welker, Thereza Miranda, Fani Bracher, Lúcia Laguna e Rosana Paulino – , numa demonstração de confiança no projeto e de alinhamento ao interesse da fundação em ampliar a representação das mulheres em seus acervos.
- A mostra reforça o empenho da Funajr em promover as mulheres artistas em seu acervo, oferecendo visibilidade e reflexão sobre seu papel e suas contribuições para as artes - diz José Roberto Gifford, presidente da Funarj.
- Muitas dessas artistas obtiveram reconhecimento em vida, outras post-mortem, mas todas conquistaram o mesmo espaço, lado a lado, sem hierarquias, nesta exposição - diz Douglas Fasolato, Coordenador de Museus da Funarj.
Mostras paralelas em diálogo
As demais mostras de curta duração que serão montadas, uma após a outra, paralelamente à principal, incluem uma exposição com os trabalhos feitos por mulheres artistas em oficinas de gravura e escultura que funcionam no Museu do Ingá, outra dedicada às mulheres artistas de Niterói, e Mulheres Incríveis, série de obras criadas pela designer Márcia Neves.