Passageiros do BRT carioca revelam que é comum veículos de passeio transitarem diante dos articulados pondo em risco os passageiros. A concessionária também admite. Diariamente, os articulados do BRT Rio enfrentam o desafio de ter a pista exclusiva invadida por outros veículos. E o resultado dessa infração é preocupante: somente em 2020 houve 130 colisões com carros e motos.
Nas redes sociais, muitas são as reclamações de usuários quanto a falta de fiscalização do serviço, aliado aos problemas habituais de superlotação. Acidentes como o ocorrido nesta quarta-feira (10) quando um articulado capotou causando a morte de uma pessoa e ferimentos em outras 35 são esperados pelos usuários.
O passageiro Gleidsom Paulino posta no twitter que o acidente já vinha sendo desenhado há tempos: “Seja pelas péssimas condições da pista, por mau estado dos articulados ou pela ausência da fiscalização com relação a invasão de carros nas pistas exclusivas”, disse.
Já Lyly Airim lamenta a invasão na pista que acabou por provocar o acidente. Mas destaca a falta de preocupação do BRT com os passageiros:
“Não tem respeito pelos colaboradores ( motoristas) que trabalham pra empresa. Se tivessem não levaria tanta gente dentro, respeitariam as normas de segurança da pandemia. Isso é pura hipocrisia!!! Pensem mais nos seus passageiros, seus motoristas, coloquem mais articuladores nas ruas priorizando a vida também dos seus passageiros", escreveu.
Para Josimara Guimarães, falta tudo no BRT:
"Pista ruim, ônibus sucateado, mas o principal é a falta de educação. É o direito de ir e vir. A pista foi feita para o BRT, mas a falta de educação deixa isso claro, e hoje lamentavelmente houve esse acidente por imprudência.
Em nota, o BRT Rio informa que um carro de passeio provocou o acidente por volta das 19h40 entre as estações Embrapa e Mato Alto, sentido Santa Cruz, no corredor Transoeste. O articulado acabou tombando na pista e uma passageira morreu no local.
Além disso, outras 35 pessoas sofreram ferimentos e foram encaminhadas para os hospitais Lourenço Jorge, Rocha Faria, Pedro II, Miguel Couto e Getúlio Vargas.
A nota também informa que o BRT Rio faz campanhas permanentes nas suas redes sociais alertando sobre o perigo de invasão à sua pista exclusiva por motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres. “Ressaltamos que, apesar de trafegar em velocidade inferior àquelas verificadas nas faixas para automóveis e ônibus urbanos, um articulado precisa de mais tempo e espaço para realizar a frenagem total, o que torna qualquer invasão nas pistas exclusivas ainda mais perigosa”, concluiu.