Morre proprietária da Art Pão, confeitaria-febre da Baixada Fluminense

Penha Monnerat, a 'boleira' que criou a Confeitaria Art Pão junto ao marido, Luiz Monnerat, sucesso na Baixada Fluminense, faleceu ontem (13), no Rio de Janeiro. Ela havia se submetido a uma cirurgia no coração e foi vítima de uma infecção.

Foto: Divulgação

Foi Penha, moradora de Mesquita, a pioneira dos "kits aniversários", ainda no anos 80, que fizeram muito sucesso no Rio. Toda festa precisava ter "um bolo da Art Pão", uma ideia que foi "febre" por vários anos, copiada e reinventada por outros empresários do ramo.

"A Art Pão, atualmente, é dirigida pelos filhos, Álvaro e Vinicius. Mas Penha estava sempre presente na linha de produção, opinando, criando... Vai fazer muita falta!", lamenta sua prima, a jornalista Grace Marinho.

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História

Penha tem uma história de luta na Baixada Fluminense. A família viu a Art Pão nascer em sua casa. Vendia seus bolos por encomenda. O marido, Monnerat, que era professor, foi secretário de Educação em Japeri, também na Baixada. Ele deixou o trabalho para ajudar a dar conta dos pedidos.

Com o sucesso da empreitada, a Art Pão invadiu a casa dela inteira, inclusive os quartos e até o quintal. Começou a ter funcionários, além da família, que perdeu espaço na casa onde se reuniam para confraternizações.

"Eles foram pioneiros no setor de confeitarias na região. Amavam a Baixada! Chegaram a Inaugurar uma filial na Barra da Tijuca, perto do Barrashopping. Ficava lotada durante todo o dia, mas depois de uns anos resolveram abrir mão e fechar as portas por causa da logística: era difícil para a Penha dar conta de fiscalizar pessoalmente suas receitas na Baixada e na Barra da Tijuca", relata Grace.

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Na inauguração da primeira Art Pão, toda a família se envolveu, pois não tinha havia funcionários suficientes para dar conta do serviço.

"Ela mudou a história da família. Parentes, como tias e primas, foram 'convocados" para, literalmente, colocar a "mão na massa". É uma história muito bonita. Vieram parentes do interior do Estado e de Minas para trabalhar na confeitaria, em diversos cargos: gerente, atendente e até motorista. Ela arrumava vaga para todos", conta Grace.

A Art Pão acabou interrompendo os estudos dos filhos, que tinham de ajudar no trabalho - à princípio nas entregas. "Foi uma vida de muita luta. Penha e Luiz viajaram o mundo. Atualmente, moravam na Zona Sul do Rio, mas ela fazia questão de fiscalizar seus bolos pessoalmente. Era muito exigente!", ressalta Grace.

O Enterro da empresária Penha Monnerat será hoje (14), às 13h30, no Cemitério Jardim da Saudade de Edson Passos, na Baixada Fluminense.