A aderência aos setores de consórcio e financiamento aumentou consideravelmente em 2020, mesmo com a crise financeira no país. A Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio registrou aumento de 4,9% na venda de cotas em comparação ao ano anterior, batendo recorde de participantes ativos.
O que muita gente não sabe é como funciona na prática a aquisição de um consórcio e a diferença dessa modalidade para o financiamento. Ter isso claro antes de investir é fundamental, alertam especialistas. “A similaridade entre as modalidades de compra gera dúvidas no momento de decidir a melhor opção. Mesmo assim, existem diferenças com vantagens e desvantagens para cada perfil de consumidor”, explica Alexandre Gomes, sócio-diretor da Consorciei, startup que auxilia consorciados desistentes facilitando a compra e venda de cotas de forma 100% digital e segura.
Pensando em ajudar o público a entender mais sobre o assunto, Gomes levantou as principais diferenças entre adquirir um consórcio e realizar um financiamento.
Como funciona o consórcio?
“Nessa modalidade, você se une a outras pessoas, e, mensalmente, todos pagam uma parcela que depende do valor da carta de crédito e da duração do grupo”, explica. “Então, ocorrem sorteios e, quem for escolhido, e estiver com os pagamentos em dia, passa a ter a cota contemplada e fica liberado para usar sua carta de crédito na aquisição do bem desejado”, complementa. Para ser contemplado, também é possível dar lances e, assim, aumentar as chances. Todos, mesmo quem teve suas cotas contempladas, devem continuar o pagamento até o final do grupo.
Quais as características do financiamento?
Na maioria dos casos, essa forma de pagamento não prevê o financiamento do valor total do bem. Em alguns cenários, essa faixa varia de 60 a 90%. Como consequência, é preciso ter um valor previamente acumulado para oferecer de entrada. Quanto mais caro for o bem de interesse, maior será o valor da entrada. “É interessante notar que o financiamento apresenta a possibilidade de usar o bem imediatamente. Uma vez que a compra é realizada e que as condições sejam atendidas, ocorre a aquisição e você já pode começar a utilizar o imóvel ou automóvel”, afirma o especialista.
Qual a melhor alternativa?
Como Alexandre comentou, o consórcio e o financiamento podem servir para adquirir o mesmo bem, como uma casa ou um carro, porém são muito diferentes. E essas distinções auxiliam a definir qual a melhor alternativa para cada realidade.
“Um ponto importante na tomada de decisão é a data desejada para adquirir o bem. Se quiser recebê-lo imediatamente, o consórcio não te atenderá, pois nele a data de contemplação é incerta. No entanto, se for fazer uma compra planejada, essa modalidade passa a ser uma opção tão boa ou melhor que o financiamento”, afirma o especialista.
Do ponto de vista financeiro, embora o consórcio não conte com juros, como no financiamento, ele conta com a taxa de administração, que é paga mensalmente para a administradora de consórcios gerir o grupo. Logo, deve-se comparar ambos os custos, juros e taxa de administração para decidir qual a melhor opção.
No entanto, essa comparação não é simples. Isso acontece porque no financiamento você tem direito ao crédito imediatamente, enquanto no consórcio, isso só é possível após a contemplação. Então, a comparação deve ser feita considerando apenas o prazo após a cota ter sido contemplada. Na maioria dos casos, se você for contemplado na primeira metade do prazo do grupo, o consórcio será uma opção mais barata do ponto de vista financeiro, caso contrário, não. A startup oferece um guia simplificado para os clientes no blog de seu site.
Ainda, segundo Gomes, “a comparação financeira pura entre essas duas modalidades assume que as pessoas terão a disciplina para poupar e dar uma entrada em um financiamento, o que nem sempre é verdade. O grande diferencial do consórcio é o incentivo que ele gera para as pessoas pouparem, através da necessidade de se pagar as parcelas, viabilizando, assim, uma compra planejada”.