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Polícia Civil prende homem que causou acidente com BRT em Guaratiba

'Ele não se arrependeu de nada, só se preocupou em fugir', disse delegada do caso

Por Portal Eu, Rio! em 26/03/2021 às 12:52:31

Marcelo de França Soares, de 38 anos, foi preso pela Polícia Civil. Foto: Divulgação Polícia Civil

Policiais civis da 43ª DP (Guaratiba) prenderam Marcelo de França Soares, de 38 anos, o homem que causou um acidente no corredor Transoeste do BRT, entre as estações Embrapa e Mato Alto, em Guaratiba, Zona Oeste do Rio, no dia 10 de março. Uma mulher morreu e pelo menos 30 pessoas ficaram feridas. Na ocasião, o autor fugiu do local.

Segundo as investigações, o homem estava em um veículo de passeio na pista exclusiva do coletivo. Os agentes conseguiram identificar o modelo e a placa do carro, o que indicou que se tratava de um veículo clonado, fruto de roubo ocorrido oito dias antes do acidente, no bairro da Penha Circular.

Por meio de dados requisitados à Cet-Rio, foi possível definir o trajeto percorrido pelo veículo no dia do delito e constatar que o motorista partiu do bairro Curicica, percorreu a Estrada dos Bandeirantes e a Estrada Benvindo de Novaes, até chegar na Avenida das Américas, permanecendo no Recreio dos Bandeirantes por aproximadamente duas horas.

Após intenso trabalho de investigação e definição do perímetro no qual poderia ser encontrado o autor, os policiais compareceram à comunidade do Terreirão, na Zona Oeste, onde conseguiram localizar o autor. Contra ele havia um mandado de prisão em aberto por homicídio, lesão corporal e receptação.


Foto: Rede Social

Encaminhado à delegacia, o ajudante de ferro-velho confessou o crime, acrescentando que recebeu R$ 200 de um miliciano do bairro Curicica para levar o carro até a comunidade do Cesarão, em Santa Cruz, local em que deveria entregá-lo. De acordo com os agentes, o homem possui oito anotações criminais, dentre elas, ocorrências pelos crimes de roubo, estelionato e receptação envolvendo veículos. Ele foi transferido para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.

Já na 43ª DP, o acusado confessou que foi o responsável pelo acidente. Uma testemunha que viu a batida também reconheceu Marcelo. O ajudante de ferro-velho disse que, no dia 10, por volta das 13h, foi procurado por um miliciano de nome Kako — que atuaria em Curicica — para que ele levasse o veículo, que era roubado e clonado. O carro seria entregue para outro paramilitar de Santa Cruz.

— No dia do acidente, por volta das 19h30, ele colocou os dois filhos, de 5 e 10 anos, além da esposa, e foram entregar o carro. Quando chegaram em Guaratiba, para fugir do trânsito, ele entrou na calha do BRT. Quando ele viu o articulado, tentou sair, mas já era tarde — afirma a delegada Márcia Julião, titular da 43ªDP.

A delegada ainda afirma que ele nem verificou se algum ônibus do BRT estava chegando no corredor naquele momento.

— Ele assumiu o risco total do acidente. Ele nem olhou se vinha ou não BRT. O dolo eventual é porque ele assumiu o risco de matar. Olha o tamanho dessa irresponsabilidade. Acima de tudo, o poderoso - para ganhar R$ 200 - fez isso tudo daí. Ele não poupou nem os filhos.

Ainda segundo o depoimento de Marcelo, para não ser “linchado”, ele tirou a família e pediu carona para um motorista que passava no local. O ajudante de ferro-velho contou ainda que acredita que o condutor tenha pensado que ele era uma das vítimas do acidente. Marcelo foi deixado junto com a esposa e os dois filhos perto da casa onde moram.

Com cicatrizes nos dois joelhos, o suspeito foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer corpo de delito. No local, o exame foi realizado pelo mesmo legista que periciou o corpo de Eliana Almeida de Carvalho, de 57, que morreu no acidente.

— O legista falou para ele que era o mesmo que periciou a Eliana. Ele não teve reação. Só abaixou a cabeça e ficou calado — disse a delegada Márcia Helena Julião.

Após com a confissão do homem, Márcia Julião representou pelo pedido de prisão. Durante a madrugada desta sexta-feira, a juíza Maria Izabel Pena Pieranti, do plantão judiciário, concedeu a sua detenção temporária de 30 dias. Marcelo foi indiciado por homicídio doloso — com intenção de matar —, lesão corporal dolosa trinta vezes e receptação.

Já o carro que ele dirigia era clonado, tinha placa de São Paulo e havia sido roubado dias antes do acidente. A Polícia Civil informou que o acusado possui oito anotações criminais, entre elas roubo, estelionato e receptação de veículos.

— Em nenhum momento ele se arrependeu de nada. A preocupação dele era fugir, porque ele sabia o tamanho do estrago que ele tinha feito — completou Márcia Julião.

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