A Polícia Federal prendeu duas pessoas em Cabo Frio, na Região dos Lagos, e cumpriu 12 mandados de prisão na capital do Rio durante operação contra fraude no auxílio emergencial – benefício pago pelo governo federal a pessoas em situação vulnerável por conta da pandemia de Covid-19.
Além de Cabo Frio, onde foram presos uma servidora da Caixa Econômica e um advogado, e Rio, agentes também foram a endereços em Iguaba (Região dos Lagos) e Campos dos Goytacazes (Norte Fluminense).
Operação "Et Caterva" teve apoio da Caixa Econômica e contou com a participação de cerca de 300 policiais, que cumpriram, 12 mandados de prisão, 77 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens e, ainda, 9 medidas de suspensão do exercício da função pública - totalizando 98 ordens judiciais. A ação é originária de Mato Grosso e já é considerada uma das maiores do país. Os mandados foram expedidos pelo Juiz da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Cuiabá, para serem cumpridos no Mato Grosso e em outros 11 estados brasileiros.
A investigação apontou que a organização criminosa cooptava servidores da Caixa Econômica, que forneciam informações sobre precatórios à disposição para saque. Também foi constatada a participação de servidor do TRE. O grupo investigado é composto por um número significativo de pessoas, dentre elas advogados e funcionários públicos. Estima-se que os bandidos arrecadaram mais de R$ 13 milhões em precatórios judiciais, além de mais R$ 2,7 milhões em tentativas de saques em várias regiões do país.
Foto: Divulgação Polícia Civil
O esquema criminoso se dava com a confecção de documentos falsos, os quais eram forjados com os dados dos beneficiários dos precatórios e as fotografias dos estelionatários. Os criminosos então se dirigiam ao banco para realizar os saques. Uma vez feito o levantamento do precatório, o montante era pulverizado em diversas contas, com o intuito de ocultar a origem ilícita.
Assim que a Caixa suspendeu, temporariamente, o pagamento de precatórios, os criminosos foram atrás do auxílio-emergencial. A PF conseguiu apurar que foram feitos 1.570 saques de benefícios, entre os meses de abril de 2020 e março de 2021.
O nome da operação –"Et Caterva" –, em latim, é uma expressão pejorativa que dá a ideia de um grupo de comparsas.