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11 dias seguidos

Morro da Barão, na Praça Seca, teve mais de um tiroteio por dia em março

Com forte presença de milicianos da Zona Oeste da cidade, bairro figurou entre os mais afetados pela violência armada no mês


Morro da Barão, na Praça Seca. Foto: Reprodução Internet

“Tia, como a gente vai saber onde estão os tiros?”. Foi essa pergunta que uma criança fez à professora durante intenso tiroteio na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, no último dia 19 de março. A Escola Municipal Sobral Pinto está localizada no Morro da Barão, também conhecido como Morro do São José Operário, que só em março concentrou 89% dos tiroteios registrados no bairro.

Ao contrário da professora, que disse não saber de onde vinham os tiros, o Instituto Fogo Cruzado sabe e mapeou 37 tiroteios/disparos de arma de fogo que ocorreram na Praça Seca, sendo 33 deles no Morro da Barão. Outros 2 tiroteios aconteceram na Favela Bateau Mouche (Batô), 1 na Favela da Chacrinha e 1 fora de favelas da região.

Com forte presença de milicianos da Zona Oeste da cidade, o bairro figurou entre os mais afetados pela violência armada no mês de março. Por 11 dias consecutivos, entre os dias 9 e 19 de março, moradores da Praça Seca testemunharam tiroteios.

Mês em dados

Em março, o Instituto Fogo Cruzado mapeou 582 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, dos quais em 31% (179) deles houve participação de agentes de segurança pública*. O número de tiroteios foi 30% maior que o acumulado no mesmo período de 2020, quando houve 446 registros. Houve aumento de 40% também nos tiroteios com a participação de agentes de segurança: foram 128 em março de 2020.

Neste mês que passou, 200 pessoas foram baleadas: 89 delas morreram e 111 ficaram feridas. Um aumento de 65% no número de mortos e de 21% na quantidade de feridos comparado a março do ano passado, que somou 54 mortos e 92 feridos.

Em comparação com fevereiro, que teve 380 tiroteios/disparos de arma de fogo, houve aumento de 53% nos tiroteios em março, que somou 582 registros. Porém houve queda de 5% no número de mortos: foram 94 em fevereiro.

Em março, o dia 17, com 35 registros, teve o maior número de tiroteios/disparos de arma de fogo no mês. Os dias 6 e 27 tiveram o maior número de mortos: foram 7. E os dias 9 e 25, com 8, foram os dias com mais feridos.

Locais afetados

Dos 13 municípios da Região Metropolitana do Rio que tiveram tiroteios no mês de março, os mais afetados foram:

Já os bairros mais afetados pela violência armada foram:

Entre as regiões do Grande Rio, a Zona Norte teve o maior número de tiroteios, em contrapartida, o Leste Metropolitano – que concentra os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, Cachoeira de Macacu e Tanguá – foi a que mais fez vítimas:

Houve 96 tiroteios em áreas com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), dos quais em 19 deles agentes de segurança estavam envolvidos. Ao todo, 14 pessoas foram baleadas nestes espaços: 7 morreram e 7 ficaram feridas. As áreas de UPP’s mais afetadas foram:

Vítimas da violência armada

Acumulado do ano

No período de janeiro até março, o Fogo Cruzado mapeou 1.383 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro: ao todo, 606 pessoas foram baleadas (sendo 294 mortas e 312 feridas). No mesmo período de 2020, houve 1.277 tiroteios/disparos que deixaram 579 baleados (277 mortos e 302 feridos). Em comparação com o período entre janeiro e março de 2020, este ano houve aumento de 8% nos tiroteios, de 6% no número de mortos e de 3% no número de feridos.












* Presença de agentes: Situações em que são percebidas a presença de agentes de segurança durante o tiroteio/disparo. Exemplo: Operação, Ação, Assalto a agentes etc.

** Eventos onde há 3 ou mais mortos civis em uma mesma situação: chacinas – mesmo que o motivo dos disparos seja outro, como: assalto, ataque, operação etc (SSP de SP).

*** Agentes de segurança incluem policiais civis, militares, federais, guardas municipais, agentes penitenciários, bombeiros e militares das forças armadas – na ativa, na reserva e reformados.

**** “Vítima de bala perdida”: a pessoa que não tinha nenhuma participação ou influência sobre o evento no qual houve disparo de arma de fogo, sendo, no entanto, atingida por projétil (ISP).

Plataforma Fogo Cruzado

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